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Córsega – Beleza Selvagem.

A Rota que planeámos; Córsega – Beleza Selvagem, é um roteiro de viagem de 6 dias, que considero como uma das melhores formas de conhecer toda a abrangência desta ilha do Mediterrâneo. Estrada fora, para além das visitas a algumas cidades conhecidas, tentámos privilegiar o espírito da descoberta,  através de caminhos menos percorridos e sempre em busca do contacto com a natureza, a cultura local e algumas das suas povoações mais remotas. 

Saiba Como Ir Onde Comer Onde Ficar O que Visitar e Como Reservar.  

Neste artigo: Um breve RESUMO; a rota com NAVEGAÇÃO POR GPS e a CRÓNICA DE VIAGEM no DIÁRIO DE BORDO.

 

◊ RESUMO.

  • Distância da rota: Aproximadamente 720 Klmts (deverá acrescentar o seu local de partida).
  • Número de dias: 6
  • Número de etapas e locais visitados: 9
  • Total de despesas: (entre combustível, ferry, alimentação, estadias e actividades) – Aproximadamente 950 euros.

 

◊ NAVEGAÇÃO GPS: 

 

◊ CRÓNICA DE VIAGEM:

 

 

O DIÁRIO DE BORDO ⇓ 

 

Sentineddi … Guardiani impitrati di u ricordu umanu; Tali una citatella chi a mimoria persi.”

Sentinelas …

Vibrante, arrepiante e contagiante! Mais do que um cântico, esta é a alma da Córsega, que se faz entoar bem alto, por entre as muralhas da cidadela onde nos encontramos … Bonifácio.

 

Estamos sentados na esplanada de L’Auberge Corse de volta ao lugar de onde partimos. Dou mais um golo na Pietra gelada e deixo-me levar para lá das muralhas, ao longo desta ilha e de todas as sensações aqui vividas.

 

Invulgar, selvagem, arrebatadora e indomável; esta é a Córsega, a ilha da beleza.

Apesar de muitas vezes conquistada, sem nunca se submeter, a Córsega cultiva e preserva as suas diferenças culturais. O cântico que se faz ouvir, fala dos gigantes de pedra, sentinelas protectores; quais escarpados maciços montanhosos, que se erguem do mar e dão abrigo a paisagens quase selvagens e de grande beleza, onde é impossível resistir ao seu encanto.

Mas fala também da identidade de uma pátria perdida, orgulhosamente representada numa bandeira. Fala de fortalezas e de torres. Fala da resistência e da vontade expressa numa palavra do passado; contudo ainda tão marcada na memória, como só os corsos sabem … vendetta. Um povo de mar e montanhas sem fim. Um povo que preserva e afirma a sua língua. Um povo tão genuíno e indomável, como a sua ilha.   

 

  • BONIFÁCIO – Primeira etapa.

Talvez pelo facto de o Ferry ser mais pequeno, sente-se mais a agitação do mar, mas a ânsia provocada pela visão da Córsega ali tão perto, fez-me ficar no convés! Aos poucos, o cenário do outro lado do canal, adquiria uma magia diferente da Sardenha. Do alto das escarpas brancas verticais, o casario da cidadela de Bonifácio, parecia desafiar a gravidade!

Contornámos a península rochosa, deixando para trás o farol de La Madonetta. A estreita baía, dá lugar à tranquilidade das águas, proporcionando uma visão transparente do seu azul profundo.

O nosso pequeno ferry, depois de atracado, perdeu-se perante a opulência dos iates e de outras embarcações da marina.

Após encontrarmos o nosso local de pernoita, apressámo-nos em ir ao encontro do coração da pequena cidade e do início da nossa aventura. As esplanadas, convidavam à escolha de um prato de mar e não lhes resistimos; até porque, o convite foi feito em bom português, por dois simpáticos conterrâneos, que ali se estabeleceram. No final, em jeito de sobremesa, o Hugo descobriu a maior concentração de gomas, que já alguma vez havíamos visto; uma autêntica caverna do Ali Baba!

No largo, também eu não resisti ao encanto da coreografia do grupo que actuava e acabei por cumprir uma promessa antiga … ao som do violino, dancei na rua com a Sofia!

Lá do alto, as muralhas iluminadas de cores, aguçavam-nos a vontade pela descoberta do seu interior. Após passarmos o arco principal, o charme não podia ser maior! Entrar na cidadela de Bonifácio e percorrer as suas labirínticas e estreitas ruelas, é como abrir um livro da minha infância; onde em cada página que desfolhava, como que por magia, desdobravam-se as casinhas, abriam-se as portas e pequenas janelas, que lhe pareciam conferir vida e dimensão.

Bonifácio é assim; plena de encantos, onde cada recanto, nos convida a abrandar, repousar e simplesmente apreciar o momento.  

 

 

  • PORTO VECCHIO – Segunda etapa.

Depois de percorrermos pouco mais de 25 klmts desde Bonifácio, encontrámos mais uma belíssima baía e a cidade de Porto-Vecchio.

Esta cidade costeira, cuja edificação, remonta a 1539, é também conhecida como a cidade de sal, devido às antigas salinas ali existentes. No seu centro, monumentos como a Igreja Saint-Jean-Baptiste, a capela de Sainte-Croix, a porta do século XVI e a torre do sino; marcam a sua história.

Descendo até ao porto, é possível desfrutar das suas belas praias de Palombaggia e Santa Giulia. De águas rasas, azul turquesa, cobertas por areias brancas finíssimas e rodeadas de pinheiros; são como um autêntico aquário natural.

O final do dia chegava, pelo que procurámos o “nosso porto de abrigo” mais a norte; elegemos a praia dos eucaliptos, com direito a repouso com sabor a mar.

 

 

  • ALTA CÓRSEGA – PARQUE NATURAL – Terceira etapa.

O interior montanhoso, chamava-nos como um apelo da natureza e fomos ao seu encontro. Pelo caminho, uma paragem irresistível à beira da estrada, no lugar de Casamozza, onde nos deliciámos com alguns dos seus apelativos produtos regionais.

Montanha acima, as fragrâncias da floresta e os inúmeros cursos de águas cristalinas, deixavam adivinhar a proximidade do que procurávamos em particular; as cascatas de Pulischellu com as suas piscinas naturais.

Como uma espécie de acampamento-base, elegemos o parque de campismo de alta montanha; o Camping U Ponte Grossu.

O Parque Natural da Córsega, constituí um terço de todo o território da ilha. Este parque, engloba algumas importantes reservas naturais, classificadas como património da humanidade, como é o caso da Reserva de Scandola. Todo o território é bastante montanhoso, destacando-se o Monte Cinto com mais de 2700 metros de altitude.

Para quem procura uma verdadeira aventura, o trilho GR20, considerado o mais belo da Europa, atravessa todo o parque, ao longo de 180 klmts, por entre montanhas, vales e lagos glaciares; sendo possível observar alguns animais selvagens, como os cavalos Paganaccio e as cabras Muflão.  

Todo o território é um autêntico santuário da natureza, com um cenário verdadeiramente impactante!

 

 

  • CORTE – Quarta etapa.

Conhecida como a mais corsa das cidades, Corte foi capital de uma Córsega outrora independente. Entre 1761 a 1769, ali viveu o General Pasquale Paoli, considerado o Pai da pátria corsa e ao qual, foi erigida uma estátua na praça com o mesmo nome.

Alvo de muitas batalhas, algumas das paredes dos edifícios, ainda guardam os vestígios de projécteis que lá ficaram cravados, como que um símbolo histórico, como é o caso da Praça Gaffory.

Corte sedia ainda, a única universidade da Córsega, a qual foi reinaugurada há 34 anos, e é hoje onde se encontra o museu mais importante da ilha.

Passear pelas suas praças e ruas, é como caminhar num museu vivo.

Não nos poderíamos despedir da cidade, sem que antes desfrutássemos das paisagens ao redor, proporcionadas desde o mirador de Belveder. Por fim, entrámos no mais antigo estabelecimento de toda a Córsega; com mais de 400 anos, foi na La Vieille Cave, onde nos deliciámos com o melhor moscatel, que honestamente, já bebi em toda a minha vida! Sim; nós temos em Portugal um excelente moscatel, mas … as uvas da Córsega, têm qualquer coisa de muito especial!

 

 

  • NONZA e o LA SASSA – Quinta etapa.

Partimos ao encontro de uma das vilas, situadas mais a norte da Córsega. Pelo caminho, o Desert des Agriates, convidou a uma paragem e a travarmos conhecimento com um simpático senhor. Disse-nos que era conhecido pelo Brad Pitt daquela zona, uma vez que era o mais bonito homem local, pelo facto de não existir mais nenhum naquelas paragens!

 

Após a passagem pela vila de Saint Florent, não se avistam mais as calmas baías de praias tranquilas a que já estávamos acostumados. O caminho, dá lugar a uma longa e estreita estrada costeira, com algumas falésias dignas de respeito.

Não foi fácil estacionar a autocaravana em Nonza; como aliás, é um pouco difícil para qualquer viatura. Ainda assim, a espectacularidade do local, supera qualquer esforço. Nonza é um pequeníssimo vilarejo com muito encanto, mas o que me havia ali levado, era em concreto, um específico local …

O La Sassa, é seguramente o bar-esplanada, mais incrível que já visitei! Cravado num imponente rochedo, a mais de 300 metros sobre o mar, e sobranceiro a uma das tão características torres Genovesas; é um local onde não só é possível apreciar uma boa refeição local, acompanhada de uma cerveja de castanha, como nos oferece uma visão absolutamente de tirar o fôlego.

 

 

  • CALVI – Sexta etapa.

Situada na costa azul, zona noroeste da Córsega, Calvi é uma pequena cidade que abraça uma das mais belas baías. 

É fácil percorrer a pé as suas ruas, repletas de história, esplanadas e um encantador comércio local; até porque, em muitos pontos, o trânsito de veículos não é permitido.

Uma das melhores formas de absorver todo o encanto da cidade, é entrar na sua cidadela no topo do promontório rochoso. Dali é possível avistar toda a beleza da baía, que se estende ao longo de uma praia com mais de 5 klmts, resguardada por um denso pinhal.  

Descendo à baía, uma outra forma bastante agradável de a apreciar, é apanhar o simpático comboio que percorre ao longo da costa, por entre dunas e pinhais, até um outro lugar de encanto … L’ile Rousse.

 

 

  • AO LONGO DA COSTA – LA GIROLATA a AJACCIO – Última etapa.

Partimos de Calvi e demos início a uma das mais belas etapas que se pode fazer ao longo da costa da Córsega.

Um dos pontos altos, foi a sinuosa estrada, conhecida como La Girolata, que atravessa uma parte da reserva natural de Scandola. Com falésias vertiginosas, a estrada é merecedora de cuidados redobrados, sobretudo, quando se viaja numa viatura com alguma dimensão considerável. Curva após curva, surgem recantos de encanto, onde as pequenas localidades costeiras, desafiam a uma paragem e a um mergulho; umas vezes em praias de rochas semelhantes a berlindes macios, outras de areias que alternam entre o cinzento e os cristais multicolores. Nós, simplesmente rendemo-nos à praia de Bussaghia! Uma pequena e belíssima baía, rematada com o rústico Restaurant Mare Chiare, onde as vacas se passeavam livremente pela praia.

Seguiu-se o Golfo de Porto, para logo de seguida, entrarmos no espectáculo natural de Calanques de Piana, onde os seus rochedos cor de fogo e com formas peculiares, parecem desafiar a gravidade; tanto sobre a estrada, como sobre o mar.

Ao longo da costa, o espectáculo da beleza selvagem e indomável da ilha da Córsega, não pára; as baías de Arone, Marchese e Golfo de Liscia, são somente alguns, entre dezenas de belos recantos.

Infelizmente, já estávamos no penúltimo dia na ilha da beleza, e restava-nos agora, uma curta estadia na capital da Córsega; Ajaccio, para voltarmos a Bonifácio; ao local onde começou, uma das mais apaixonantes viagens das nossas vidas!

Quanto a mim, resta-me o rascunho destas últimas palavras! Aqui sentado, pego em mais uma Pietra gelada, enquanto desejo que o tempo fique aprisionado, entre estas muralhas de Bonifácio, para que possa saborear mais um pouco, deste pequeno pedaço de paraíso na terra.       

 

 

DICAS DE AVENTUREIRO.

 

Escolhemos a melhor relação qualidade – preço, baseado na nossa experiência e/ou pesquisa. Ao reservar através das nossas ligações, não paga mais por isso e nós obtemos um contributo dos parceiros afiliados, conseguindo assim dar continuidade à existência deste Blogue.

 

COMO CHEGAR:

⇒ Por avião:  LISBOA – AJACIO

⇒ Por ferry desde a Sardenha: SANTA TERESA GALLURA – BONIFÁCIO

⇒ Por ferry desde França: BASTIA – NICE

 

COMO SE DESLOCAR:

A Córsega, é uma ilha do Mediterrâneo, com pouca densidade populacional e uma enorme área natural protegida. A população, encontra-se maioritariamente distribuída por pequenas cidades e vilas costeiras. Apesar de existir alguma hotelaria, dita mais convencional, a realidade é que a Córsega faz questão de preservar os seus aspectos culturais e tradicionais, facto que se traduz na existência maioritária de turismo rural ou de habitação regional de excelência. Também os parques de campismo de grande qualidade, são uma forte aposta.

Existem algumas boas estradas, semelhantes a vias-rápidas, que ligam as principais cidades. Contudo, para quem quer conhecer verdadeiramente a alma da Córsega, tem que se aventurar nas estradas nacionais, tanto ao longo da costa, como para o interior, pois é aí, em cada montanha, em cada vale, em cada virar da curva, que surgem as verdadeiras surpresas; tanto quanto à natureza intacta, como as pequenas aldeias. Também é nos locais menos percorridos, que se encontra o mais original e onde se pode saborear algumas das suas iguarias, com uma óptima relação qualidade – preço.

Uma outra forma muito agradável de percorrer a ilha (e relativamente económica), embora ainda pouco divulgada, é através da sua modernizada rede ferroviária: Consultar aqui ⇒ CAMINI DI FERRU DI A CORSICA. Uns pequenos, mas muito confortáveis e modernos comboios, que ligam as principais cidades e que para lá chegarem, atravessam montes e vales, com paisagens absolutamente deslumbrantes.

 

GASTRONOMIA:

Esta ilha do Mediterrâneo, é possuidora de uma flora e fauna riquíssimas; um aspecto que contribui para uma gastronomia de excelência de onde destaco a tradicional produção de castanhas, que para além de servirem para as famosas cervejas, são uma das bases mais apreciadas nos pratos da Córsega, como é o caso do frango, a Pulenda  ou do Javali com puré de castanhas . A charcutaria é produzida de forma artesanal nas montanhas, essencialmente à base de Porcu nustrale, uma raça de porcos criados em semi-liberdade. Aconselho o figatellu Di Corsica, a Coppa, o Lonzu ou o Prisuttu. Acompanhe tudo com umas boas azeitonas e pão, regado com um bom vinho Patrimonio, terminando com um doce ou um queijo de cabra.

 

ONDE COMER e ONDE FICAR:

Obs.: Como nesta viagem, as nossas dormidas foram todas feitas em autocaravana, não poderei aconselhar alojamentos, mas tão somente os locais onde ficámos.

   

EM BONIFÁCIO.

∇ Onde comer:

⇒ LES AMIS (dos nossos amigos portugueses) 

⇒ L’AUBERGE CORSE (dentro da cidadela e local da minha escrita)

∇ Onde ficar:

Em Autocaravana:

⇒ CAMPING BONIFÁCIO -cortesia park4night

 

EM PORTO-VECCHIO.

∇ Onde comer:

⇒ CHEZ PADOUE – (embora um pouco afastado de Porto-Vecchio e longe das praias, este simpático restaurante rústico, foi uma agradável surpresa)

∇ Onde ficar:

Em autocaravana:

⇒ CAMPING LECCI

 

EM PARQUE NATURAL DA ALTA CÓRSEGA.

∇ Onde comer:

⇒ U CENTO CHIAVE (em Corte)

∇ Onde ficar:

Em autocaravana:

⇒ CAMPING ALÉRIA – cortesia park4night– (uma excelente opção, junto à praia de Aléria, antes de subir em direcção às montanhas)

⇒ U PONTE GROSSU – Localização GPS: Clicar aqui.

 

EM NONZA.

∇ Onde comer:

⇒ LA SASSA

 

EM CALVI.

∇ Onde comer:

⇒ LE BELGODERE

∇ Onde ficar:

Em autocaravana:

⇒ CAMPING LA PINEDE

 

EM LA GIROLATA. 

∇ Onde comer:

⇒ LE MARE CHIARE

∇ Onde ficar:

Em autocaravana:

⇒ PARQUE DE ESTACIONAMENTO(Em terra batida, mesmo junto ao restaurante. Embora sem assistência, o local é um pequeno paraíso para pernoitar tranquilamente) 

 

A ROTA DA SARDENHA:

 SARDENHA – A PÉROLA DO MEDITERRÂNEO

 

OUTRAS ROTAS:

 MENU ROTAS e TRILHOS

 

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Para as entidades públicas ou privadas, teremos todo o gosto em avaliar a sua proposta e de forma isenta, criar e promover um conteúdo original.

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Contacte-nos: almadeaventureiroscorreio@gmail.com

 

 

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1 Comment

  1. Maria Ribeiro diz:

    Amei esse roteiro da Córsega!

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