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Duna do Salir – A Mais Alta de Portugal

Duna do Salir – A Mais Alta de Portugal

DUNA DE SALIR - SÃO MARTINHO DO PORTO - Portugal - Dunas - Alma de Aventureiros - almadeaventureiros.pt 007

¦ Duna do Salir – A Mais Alta de Portugal ¦

 

Dos passadiços da Foz do Arelho aos passadiços da Duna de Salir do Porto, fomos à descoberta da mais elevada duna de Portugal.

Nesta senda pela descoberta das grandes dunas de Portugal, já falei aqui sobre a Duna da Cresmina como sendo a que se apresenta com a maior área.

Mas desta vez, decidi levar a família à descoberta, daquela que ainda é, a Duna mais elevada de Portugal.

Assim, fomos até às Caldas da Rainha, mais propriamente até à Lagoa de Óbidos e a sua Foz do Arelho.

Chegámos já em final de tarde e apesar do dia estar um pouco frio, estes passeios de Inverno, são sempre recompensados com uma quietude impressionante. Para quem como eu, busca a tranquilidade e contacto com a natureza; nada como uns dias de algum frio, inibidores do rebuliço das multidões.

Acordámos bem cedo; sim, porque nove da manhã de um Domingo, é cedo …
Inevitavelmente, os olhares recaem sobre a gigante duna que procurávamos. Imponente sobre a grande baía, onde termina o rio Tornada e se inicia a praia.

A marginal da foz, encontrava-se quase deserta e esplanadas abertas, só mesmo uma.

Aproveitei o momento, não só para desfrutar do pôr-do-sol na esplanada, mas também para meter conversa com alguém da zona que me pudesse dar algumas dicas. E foi assim que acabei por saber que para além dos passadiços da Foz do Arelho, havia agora uns recentes que não podíamos perder e que supostamente se estendiam desde Salir do Porto até São Martinho.

Fiquei curioso, ainda para mais com esta aldeia da qual eu nunca tinha ouvido falar.

A noite já se aproximava, pelo que decidimos estacionar a rodinhas num parque de auto-caravanas ali mesmo de frente para a Lagoa de Óbidos.

Maravilha; mais uma daquelas noites em que o som do mar ali tão perto, nos embala em sonos tranquilos e sonhos de descoberta.

A lagoa encontrava-se coberta por um fino véu branco, que pouco a pouco se foi dissipando à medida que o Sol subia.

Por entre a neblina, lá foram surgindo algumas bem coloridas, genuínas e antigas pequenas canoas de madeira, eternizadas num fado de Carlos do Carmo, ali em repouso sem a vela erguida. Visões cada vez mais difíceis de encontrar. Vestígios de que por ali, felizmente a pesca ainda é uma actividade tradicional que se mantém. Pequenas coisas que me enchem a alma.

Manhã magnífica. Impunha-se um passeio ao longo da Lagoa até à beira-mar.

Percorro a calçada portuguesa. Ao redor e até à foz, um casario de branco caiado sublime. No meio de todo o largo cenário, o destaque acaba por recair sobre duas pequenas pérolas. Dois típicos e tão genuínos quiosques, ali plantados.

Por entre eles, o vento marítimo de inverno, foi devolvendo as areias aos passeios e à estrada.

Olho a todo o meu redor, respiro a marzia, cheiro os aromas e vislumbro a paleta colorida que me é servida de presente matinal. Inevitavelmente, sou invadido por uma sensação única … estou em Portugal.

Do muito que a grande lagoa tem para oferecer, destaco o aspecto ecológico, e nesse contexto, talvez seja o Braço da Barrosa, o que se apresenta com maior importância, uma vez que parece preservar óptimas condições para a vida tanto das aves como dos peixes.

Felizmente, esta lagoa parece-me melhor preservada do que a minha vizinha Lagoa de Albufeira.

No conjunto praia e lagoa, estão muito bem para o lazer, os desportos náuticos e o turismo ecológico.

O nosso passeio continuou, mas infelizmente, os passadiços da Foz do Arelho não continuam até São Martinho, pelo que tivemos que nos fazer à estrada e rumar então à procura da gigante duna.

Seguindo ao longo da costa em direcção a São Martinho do Porto, surge-nos do lado sul da baía, a pequena Aldeia de Salir do Porto.

Na parte mais baixa e no final da estrada, um parque de lazer e estacionamento de aspecto recente e bem equipado com diversas infraestruturas de apoio.

E lá estava ela …imponente sobre a grande baía, onde termina o rio Tornada e se inicia a praia..

Mas é preciso passar a ponte e trilhar o longo passadiço para que à medida que nos afastamos, consigamos contemplar todo o esplendor da duna e do local.

Vista de longe, já dentro da baía de São Martinho do Porto, temos a real noção da sua extensão. Uns bons mais de 50 metros de altura e talvez uns 200 de comprimento, desde a foz do rio, até ao oceano, onde uma pequena entrada, dá início a uma enorme e magnífica concha da bela baía de São Martinho.

Do lado do oceano, apresenta-se-nos protegida por rochedos graníticos cobertos por pinheiros. Do lado da baía, a sua exposição é frágil; pois as areias que existiam entre Óbidos e a Nazaré e que há cerca de 100 mil anos eram transportadas pelos ventos, já não existem, tornando assim impossível, a reconstrução de forma natural desta duna.

Mais uma vez, o Hugo desafiou-me para o bichinho que lhe implantei desde pequeno … rebolar duna abaixo. Mas tive que lhe explicar que esta duna não é como as do deserto ou das que estão viradas para o mar e não o fizemos.

De facto, a constante tentadora brincadeira da subida e descida praticada por inúmeras pessoas, inconscientemente está a fragilizar a duna, que depois de danificada, ficará para sempre irrecuperável.

Mas esta baía e todo o seu percurso de passadiço, têm ainda muito mais para oferecer.

É o caso das ruínas que, segundo a história, são parte de uma antiga alfândega e foram também estaleiros e oficinas de reparação naval, no tempo de Dom Afonso V; pois ali terão sido construídas caravelas com madeiras do Pinhal de Leiria.Continuando na senda pela descoberta, temos logo ao início, onde desagua o Tornada, o final do Paul do mesmo nome.

O Paul da Tornada, que se estende por uma área de 25 hectares permanentemente alagada, é uma área protegida com um ecossistema riquíssimo que também ele só por si, merece e muito uma visita prolongada.

Sem darmos conta, a manhã de aventuras, tornou-se em tarde e com ela o nosso “esforço” deu sinais de que estava na hora da família comer qualquer coisa.

Podíamos ter optado por uma das muitas ofertas de restaurantes com vista de esplanada ou até mesmo, almoçarmos na caravana. Mas havendo a possibilidade de desfrutar todo aquele cenário lá bem do alto, impunha-se uma última caminhada até ao miradouro do Salir.

Assim terminámos a nossa rota … a nossa pequena jornada, ao sabor de um piquenique com uma vista ímpar sobre uma daquelas que será certamente, uma das mais belas baías do mundo.

E agora, partam à aventura e desliguem-se de tudo, menos dos bons momentos.

Para saber mais e visitar a Duna do Salir

 

 

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