Gaio Rosário – A mais colorida das Aldeias do Tejo – Praias e Recantos de um Rio de Encanto.
Percorrer o Tejo, tem sido como o abrir de uma caixa de estórias! Onde descubro outras caixas no seu interior, que também elas, guardam a história e estórias de lugares e de pessoas.
A Aldeia do Gaio Rosário, é mais uma dessas estórias.
Depois da sua praia de encanto, vim à procura do coração deste recanto do Tejo.
Percorrer as ruas desta tão genuinamente e bem conservada aldeia ribeirinha, é como percorrer um quadro de aguarelas, onde ainda se respira a tradição do rio. Encerradas numa tranquilidade ímpar, as suas pequenas casas, caídas e pintadas de cores garridas e com paixão, são uma delícia para os sentidos.
No Largo do Coreto, o tempo corre devagar e as pessoas acompanham-no; assim, sem pressas, dando tempo e lugar ao convívio … às conversas.
Do banco do largo, também eu me perco no tempo, imaginando a beleza de visão de quem aqui mora, acordar, abrir uma janela e poder contemplar o Tejo.
Um Senhor mais atento aos meus registos, sugere-me a visitar mais um recanto, onde um apelativo arco me desperta a curiosidade para o seu interior; o Pátio do Rosário. Ainda habitado, este bonito pátio, terá sido outrora o centro do casario de quem trabalhava numa antiga quinta agrícola, onde ainda é possível observar o sino, que marcaria o princípio e o final de um dia de jornada.
Passo pela pequena porta contrária, onde surge o Largo do Jardim, com vista privilegiada sobre o Tejo e sobre Lisboa. Do cimo deste largo, a centenária Capela de Nossa Senhora do Rosário, parece continuar na sua missão protectora do rio e das suas gentes.
Chego a mais um recanto, que orgulhosamente, marca não só o passado desta aldeia, como o passado de um Portugal esquecido; o Centro de Depuração de Ostras do Tejo. Deste centro, saíam em caixas de vime e eram exportadas para muitos países, aquelas que chegaram a estar entre as melhores ostras do mundo! O centro, apesar de recuperado, infelizmente já nada tem a ver com aqueles moluscos; pois teve a sua morte anunciada, com o desaparecimento das ostras do Tejo, que não sobreviveram aos sucessivos erros que se foram cometendo com o rio.
Atravesso a aldeia e chego ao extremo oposto e a mais um marco que resiste aos tempos; um bonito ancoradouro e um pequeno estaleiro naval, onde ainda se tenta preservar a arte, o ofício e a história deste rio e das pessoas.
Para completar, faltava-me dar largas ao palato, e para isso, voltei ao Largo do Coreto; mais concretamente ao restaurante “O Marítimo”. Fui atendido por pessoas, que ainda recebem de coração aberto; a Dona Céu e o Senhor Zé, deliciaram-me com a melhor das caldeiradas à Fragateiro que honestamente já comi! Estava tudo a preceito, como deve ser, num restaurante ribeirinho. Cada pedaço de peixe, tinha o seu sabor em particular.
Puxam-se conversas e, surge o tema das Ostras do Tejo, onde o Senhor Zé, recorda que o seu Tio Bandeira, por lá havia trabalhado; mas dá-me também uma boa noticia, pois afinal e de forma muito humilde, parece que as ostras começam de novo a surgir no rio e até mesmo burriés; moluscos que há décadas se julgavam para sempre perdidos!
Esta é a formosa Aldeia de Gaio Rosário; uma pérola da Cidade da Moita, que merece ser descoberta, respeitada e preservada.
Despeço-me com a quarta crónica sobre o Tejo. Próxima paragem: Sarilhos Pequenos.
Conhecer, amar e enaltecer Portugal.
PRAIA DO ROSÁRIO ⇐ Crónica anterior.
Próxima crónica ⇒ Sarilhos Pequenos – Ainda se ainda se Constroem Barcos do Tejo.
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2 Comments
adorei ver a sua pagina vivo no canada e sou de sarihlos pequenos
Boa noite, desde Portugal!
É com enorme prazer que recebo esta mensagem de alguém que está tão distante!
É sempre reconfortante saber que conseguimos levar um bocadinho de Portugal, até tão longe.
Foi com muito gosto que elaborámos o artigo sobre diversas pequenas localidades ao longo do Tejo e também sobre todo o rio.
Votos de muita felicidade e saúde.