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Guia do Caravanista

Guia do Caravanista

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Guia do Caravanista © | Caravanismo e Autocaravanismo – Alma de Aventureiros ®

O Guia do Caravanista, é um dos mais completos guias sobre autocaravanas e caravanas, onde poderá encontrar tudo o que precisa, para quem procura uma primeira experiência. Neste prático guia, irá encontrar as explicações que procura sobre o funcionamento básico, as diferentes tipologias de viaturas, o aluguer, a compra, a transformação e legalização de um veículo, onde ficar, onde pernoitar ou acampar e outros conselhos úteis.

Mais do que viajar para um destino, aventure-se e deslumbre-se ao longo do percurso.

 

RESUMO DESTE ARTIGO:

  • A NOSSA HISTÓRIA.
  • AUTOCARAVANAS – FUNCIONAMENTO BÁSICO.
  • DIFERENTES TIPOLOGIAS.
  • COMPRAR OU ALUGAR?
  • A ESCOLHA DA MAIS ADEQUADA.
  • ONDE ALUGAR.
  • COMPRAR NOVA OU USADA?
  • MARCAS.
  • ONDE COMPRAR.
  • A TRANSFORMAÇÃO.
  • ANTES DE VIAJAR.
  • CONSELHOS ÚTEIS.
  • VÍDEO DEMONSTRATIVO.
  • AS NOSSAS ROTAS.
  • ONDE FICAR.
  • MANTENHA-SE LEGALMENTE INFORMADO.

 

Desde o lançamento deste Blog e de algumas publicações inerentes às nossas viagens em autocaravana, que muitas pessoas nos têm colocado questões sobre como é isto do autocaravanismo! Para tentar responder de uma forma abrangente, decidimos criar este guia, com o qual esperamos poder contribuir, para ajudar a responder às mais variadas questões.

Neste guia, irá encontrar menções a marcas comerciais, podendo algumas se tratarem de parceiros associados. Contudo, a elaboração e futuras actualizações, será sempre rigorosa e isenta, para que o leitor possa dispor de uma escolha bem informada.

Qualquer questão que queira ver respondida ou conselho adicional, que lhe possamos prestar, coloque-nos através da caixa de comentários ou pelo e-mail:

almadeaventureiroscorreio@gmail.com

Informe-se, inspire-se e aventure-se.

 


Guia do Caravanista

O guia completo sobre caravanismo e autocaravanismo


 

A procura por uma primeira experiência de viagem em autocaravana, caravana, campervan ou mini-campervan, é cada vez mais crescente na maioria dos países, não sendo Portugal uma excepção. Mais do que uma forma de viajar, o caravanismo e autocaravanismo, é hoje comummente interpretado e reconhecido, como uma nova vertente de turismo; o chamado Turismo Itinerante.

A principal característica que diferencia esta vertente turística do turismo mais tradicional, reside no facto de dotar o turista de uma enorme mobilidade , a qual se traduz inevitavelmente, numa descentralização dos pontos turísticos mais frequentados, reforçando os locais com menor oferta hoteleira, mas que ainda assim, possuidores de grande potencial turístico do ponto de vista do seu património natural, histórico e cultural.

São disso exemplo, o crescente aumento do investimento em infraestruturas de apoio aos autocaravanistas, por parte de regiões e autarquias, que pretendem ver o seu potencial turístico reconhecido e dinamizado.

Esta opção de viajar, dispõe actualmente no seu sector de mercado, das mais modernas e diversificadas ofertas, tornando-a assim, como uma opção bastante atractiva e abrangente aos vários segmentos etários e económicos.

 

◊ A NOSSA HISTÓRIA.

A nossa história e opção de viajar com uma casa às costas, remonta há mais de 15 anos!

Perdi a conta a quantas vezes me apaixonei, por locais por onde passava nas viagens que fazíamos de carro! Fosse ao longo de um vale, no cimo de uma montanha, junto a um rio ou à beira-mar. Costumava comentar com a Sofia:  – “Um dia, se pudermos, gostava de ter uma casa num sítio assim”.

A realidade, é que parecia quase impossível ter uma casa, cuja paisagem mudasse sempre que abríssemos a janela ou saíssemos lá para fora!

Viajávamos muito de carro, pois as viagens de avião, não eram tão acessíveis como agora. Bem; a realidade, e olhando agora para trás, é que eu sempre desfrutei mais durante os percursos estrada fora, do que propriamente quando chegávamos a um determinado destino! Momentos, que na altura me pareciam colocar os nervos em franja, recordo-os agora com enorme saudade: a algazarra dos miúdos no banco de trás, as migalhas, as batatas, as bolachas, os pacotes de sumo esquecidos, os brinquedos espalhados; tudo muito bem misturado numa caminha improvisada, com uma ou duas almofadas e uma manta …

Viajar de carro era de facto uma alegria, num carro que parecia cada vez mais pequeno!

Veio depois um maior; um mono-volume: mais lugares e mais capacidade de improviso. E se o carro dava para levar mais, começámos a levar mais! Nas grandes viagens, a opção passava por retirar dois bancos e colocar um colchão, onde dormíamos … quase de montão!

Guia do Caravanista © | Caravanismo e Autocaravanismo – Alma de Aventureiros ®

Com o carro maior, veio também a descoberta pelo campismo … quase 10 anos a variar entre poucos hotéis e muitas tendas montadas.

Ainda sem sabermos, este nosso percurso, levou-nos ao sonho impossível e à decisão final; já estávamos quase a levar a casa toda atrás; só faltava levar mesmo a casa … efectivamente?

Sim.

De facto, aos poucos, e sempre que víamos uma autocaravana, a curiosidade ia-se aguçando. Sempre que estávamos num parque de campismo e com autocaravanas ao redor, parecia-nos cada vez mais óbvio o próximo passo a dar. Dentro delas, parecia caber tudo e com a vantagem de não terem que desmontar e montar tudo de novo, uma e outra vez.

Com o nascimento do Hugo, e os filhotes mais velhos cada vez maiores, decidimo-nos por naquele verão, experimentar alugar uma autocaravana e, para primeira experiência … partimos logo para uma grande aventura: norte de Espanha, boa parte de França, Suíça, norte de Itália até Veneza e voltar; sempre junto à costa, bem juntinho ao Mediterrâneo, com direito a descobrir tudo aquilo que a estrada tivesse para nos oferecer.

Resultado? Foram 15 dias de pleno convívio, por locais que nunca antes havíamos imaginado!

Estávamos rendidos e agora sim, sabíamos exactamente o que queríamos.

O que parecia um sonho distante (muitas vezes dizíamos, para quando fossemos velhinhos e reformados), decidimos não o adiar mais e encontrar uma forma de o materializar. Como? De forma um pouco radical, vendemos o melhor dos carros (o tal monovolume todo Top xpto), ficámos com o carro mais velhinho e como o dinheiro não estica, optámos por uma solução, que em Portugal, ainda estava a dar os primeiros passos; a transformação. Alguns amigos, chamaram-nos malucos … pois na realidade, fomos buscar uma carrinha comercial um pouco em mau estado (pelo aspecto, chamaram-lhe um chaço ou carroça), mas na realidade, estava só um pouco maltratada e a precisar de … algum carinho!

Como primeiro investimento, só precisávamos que ficasse funcional; tudo o resto, viria com o tempo … resultado final? A nossa Rodinhas.

Agora, mais que uma autocaravana, uma certa forma de vida e um estilo de viajar e desfrutar.

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◊ PORQUE ESCOLHER UMA AUTOCARAVANA, COMO OPÇÃO PARA VIAJAR?

As melhores memórias das minhas viagens; aqueles melhores pedaços, vivi-os pelo caminho! Sempre que me permiti, partir sem destino.

De facto, viajar numa autocaravana, é possuir a liberdade do imprevisto e desfrutar maioritariamente, daquilo que se vai descobrindo pelo caminho; aqueles recantos que vão surgindo e que não estavam calculados no itinerário, e nos quais, sem qualquer programação, nos apetece parar e ficar mais um pouco, simplesmente a desfrutar!

Ter a liberdade de em viagem, procurar o local mais aprazível para parar e almoçar ou descansar. Nas nossas viagens, recordo-me de maravilhosos locais onde ficámos e que visitámos, e que nem sequer estavam previstos.

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◊ A ECONOMIA.

Muitas vezes, também nos perguntam se gastamos muito dinheiro, pois como vamos publicando muitas das nossas viagens, acabamos por passar a errada ideia de que temos muito para gastar! Na realidade; e posso dar um exemplo de um mero fim-de-semana, costumo dizer que a única coisa que gastamos a mais, é o custo do combustível. Por exemplo: moramos na região de Palmela, o que significa, que se nos deslocarmos somente 50 quilómetros, podemos ir até um qualquer destino do Alentejo, dentro dessa distância, gastando só o valor do gasóleo na deslocação; porque o que comeríamos em casa, é exactamente o que gastamos indo para fora, uma vez que, o que iríamos comer ficando em casa, são os artigos que levamos para fazer as refeições na autocaravana! Resultado? Temos fins-de-semana muito bem passados, em que só gastamos cerca de 30 euros! Com a vantagem de não estando em casa, não gastarmos, luz, água ou gás.

Quando vamos para mais longe, num fim-de-semana prolongado ou com 5 dias de férias, passa-se a mesma coisa. Isto não quer dizer, que de vez em quando, não tenhamos que fazer comprar ou façamos uma ou outra refeição num restaurante local. Mas como não gastamos dinheiro em alojamentos, nem deslocação de avião, sobra um pouco mais para comer fora, visitar locais temáticos ou comprar algum tipo de recordação.

Para quem tem uma família de 3 ou 4 e que tenha que viajar de carro ou de avião (mesmo em Lowcost), sabe perfeitamente o quanto terá que gastar! Bilhetes de avião, hotéis, eventual aluguer de viatura, refeições ….

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Sim, claro que numa autocaravana irá gastar combustível e mais tempo em deslocação; por isso, tem que fazer contas! Mas acredite que, na maioria dos casos (somos quase sempre 3), não só gastamos menos, como ficamos sempre deslumbrados com aqueles pequenos momentos e recantos de encanto, que vão surgindo pelo caminho.

Como mero exemplo: Em Agosto de 2018, atravessámos com a nossa Rodinhas, num belíssimo Ferry e percorremos a Sardenha e seguidamente a Córsega em 20 dias. Quanto gastámos 4 pessoas num total geral de despesas? 2100 euros. Parece-lhe muito? Então considere percorrer essas duas ilhas, visitar vilas, aldeias históricas e parques naturais; 4 pessoas, durante 20 dias, indo de avião, alugar lá um carro, dormir em hotéis e todas as refeições fora! Pois …

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◊ QUALQUER ALTURA DO ANO É BOA.

Viajar em autocaravana, é também uma forma de adaptar a viagem a si e não de você se adaptar à viagem!

Não temos que viajar em função de nada, porque não estamos presos a nada. Nem de horários, nem tão pouco do tempo que faz.

Existe um pouco a ideia errada de que uma autocaravana, só é boa para os dias com bom tempo e que acabam paradas o resto do ano! Bem, realmente, conheço quem as tenha e o faça, mas isso foi algo que ponderámos muito, antes de avançarmos para o nosso projecto e decidimos que ao investir numa caravana, não seria para estar parada.

Temos realizado muitas pequenas viagens, sem qualquer tipo de grande programação, nem à espera que esteja Sol. Claro que é muito agradável poder parar, sair, abrir o toldo, colocar mesa e cadeiras no exterior, mas acreditem; é tão ou mais agradável, num dia de chuva ou mesmo com vento e neve, estarmos parados no interior, simplesmente aconchegados a ouvir a chuva, o vento soprar, a neve a cair ou o som do mar.

Depois, é preciso também apimentar o espírito com alguma aventura. Tantas as vezes que vestimos umas roupas mais quentes, um bom blusão e saímos para o exterior à descoberta, numa boa caminhada. Recordo um fim-de-semana na Costa Vicentina, em que foi precisamente num dia com muita chuva, que descobrimos uma belíssima praia e umas cascatas de costa, que só nos foi possível ver, porque estava a chover!

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◊ QUALQUER LOCAL É BOM.

É preciso é não rotinar … sair de casa, com a casa.

Pode organizar desde rotas não muito longe de casa (pequenas deslocações a uma Vila, Aldeia ou Parque Natural), até às mais longas e distantes, pois quase não existem limites para levar uma autocaravana!

Ainda temos diversas rotas em projecto, entre elas, algumas de grande distância: Irmos até ao Cabo Norte, no norte da Noruega, passando por diversos países e durante no mínimo, uns 30 dias (ainda havemos de arranjar forma de serem 90 ou mais) … e muitas outras por essa Europa fora e … quem sabe, mais além!

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◊ É FÁCIL ALTERAR O DESTINO.

Aconteceu-nos algumas vezes, em que íamos com a ideia de permanecer mais tempo em determinado local, mas como acabou por não corresponder muito às expectativas ou conseguimos visitar em menos tempo, acabámos por sair mais cedo, ficando com mais tempo para parar em outros locais. Ou o contrário; locais que não estávamos à espera de descobrir e que pelo seu encanto, ficámos mais tempo.

Não há pressas nem compromissos com reservas de nada, nem com ninguém. Raramente há Check-in e Check-out!

Não há rigidez na hora de acordar, na hora das refeições … não há rigidez em nada! Apenas é obrigatório, desfrutar os momentos.

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◊ PODE LEVAR TUDO O QUE PRECISA.

Costumamos dizer, que a nossa Rodinhas é a nossa segunda casa (na realidade talvez seja a que mais gostamos de estar).

Uma autocaravana, é realmente quase uma casa, e nós, aos poucos, para não estarmos sempre com artigos de um lado para o outro, fomos apetrechando a nossa de forma a quase duplicarmos tudo o que temos na nossa habitação.

Além disso, individualmente, também cada um de nós tem as suas coisas pessoais em duplicado: roupas, acessórios de higiene e outros artigos pessoais.

E como nunca sabemos muito bem para onde vamos nem o que vamos fazer, a maioria das vezes, levamos quase tudo atrás: bicicletas, pranchas de Surf, Kayak, equipamentos de montanha e/ou escalada, jogos, etcª.

Depois, quantos locais conhecem que aceitem sem qualquer entravo, o seu fiel amigo? O nosso King, é uma presença constante nas nossas viagens.

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◊ MAIS CONVÍVIO EM FAMÍLIA.

Com o evoluir das novas tecnologias, muitas vezes dávamos por nós dentro de casa, mas cada um no seu telemóvel ou televisor, e na realidade, apesar de estarmos juntos, estávamos um pouco isolados.

Sempre que saímos com a caravana, talvez devido ao facto de ser um espaço mais pequeno e não permitir o isolamento, acabamos por nos desligarmos da rede (que em muitos locais, nem há sinal de cobertura) e ligamo-nos mais entre nós. E mesmo no exterior, inevitavelmente, torna-se mais propicio a desenvolvermos actividades.

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◊ MAIS DO QUE UMA FORMA DE VIAJAR, É UM ESTILO DE VIDA.

Pessoalmente, creio que é preciso ter algum espírito de aventura!

Uns mais, outros menos, mas talvez esteja inscrito no ADN de cada ser humano, a necessidade ancestral de viajarmos; não nos fixarmos permanentemente num ponto e, pelo menos de vez em quando, esse apelo interior, leva-nos a partir à descoberta.

Ser autocaravanista de forma mais consistente, é sentir esse apelo interior … um certo sentimento nómada; mais do que viajar para um destino, é percorrer o caminho. Desacelerar e sem pressas, desfrutar cada paragem, cada recanto, cada instante e cada lugar.

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◊ AUTOCARAVANAS – O FUNCIONAMENTO BÁSICO.

Antes de analisarmos as diferentes tipologias, convém perceber de uma forma abreviada, como funciona, por norma, uma autocaravana ou caravana, uma vez que estes veículos dispõem de algumas especificidades próprias.

⇒ Isolamento: Por se tratarem de veículos destinados à permanência no seu interior com conforto, os mesmos dispõem de bons sistemas de isolamento, que permitem manter algum equilíbrio na temperatura, caso seja no calor do verão ou no frio do inverno. No nosso caso, mesmo a dormir em locais com neve, ainda não tivemos necessidade de recorrer ao sistema de aquecimento. Em dias de calor, as clarabóias abertas e com redes mosquiteiras corridas, têm servido para colmatar o ar-condicionado de que não dispomos! 

⇒ Electricidade: O sistema eléctrico, funciona a 12 e a 220 volts. No caso da corrente de 12 volts, é obtida através das baterias, que são alimentadas pelo alternador do veículo e por painéis solares no topo. No caso da corrente de 220 volts, é obtida através de um transformador de corrente de onda pura das baterias ou através da ligação ao exterior pela tomada de entrada da viatura.

Quase todos os equipamentos no interior da célula (zona de habitação), funcionam com 12 volts; nomeadamente, tomadas de USB, a iluminação e televisores modernos. Contudo, e apesar destas viaturas disporem de painéis solares; quando estão paradas (por exemplo num parque de campismo), deve ligar a mesma à corrente externa de 220 volts, e assim, poupa as baterias. 

Relativamente aos transformador de corrente de 12 para 220 volts, este serve para ligar aparelhos que carecem dessa corrente; entre eles: Micro-ondas, torradeira, trituradoras, secadores, máquina de café, etcª. Ainda assim, aconselho a verificar a potência do aparelho que pretende ligar e durante quanto tempo o pretende utilizar, para não sobrecarregar o transformador ou correr o risco de descarregar as baterias na totalidade! Dou-lhe o exemplo do nosso caso em que quando pretendemos utilizar o micro-ondas e temos que recorrer ao transformador, não o fazemos por mais do que 5 a 7 minutos!

Todo o sistema eléctrico, é controlado através de um quadro com monitor.

⇒ Gás: O gás é obtido através de uma bilha de GPL ou convencional, ligada a um sistema de distribuição. Serve para o fogão, frigorífico, boiller de aquecimento da água e eventualmente para o aquecimento do interior.

⇒ Água: A água é obtida através de um depósito equipado com uma bomba. O mesmo é enchido com recurso a uma mangueira com um bocal próprio. Aconselho a escolha de depósitos com capacidade superior a 150 litros ou idealmente um pouco mais! 

A água serve para abastecer a cozinha e o wc, passando seguidamente, para um depósito secundário (geralmente mais pequeno), onde fica como água residual, só podendo ser despejada em local indicado para o efeito. Convêm ressalvar que, a sanita, possuí um depósito próprio, estanque e isolado do restante sistema; logo, as fezes e urina, ficam ali depositados, sendo parcialmente decompostas por um químico especifico. Assim, também este depósito, só pode ser despejado em local próprio e diferente do das águas residuais.

A verificação de todo o sistema de águas; nomeadamente, a quantidade de água limpa, residual ou sanitária existente nos diversos depósitos, é controlada por um monitor.

⇒ Frigorífico: Funcionam a gás e electricidade de 12 e 220 volts. As autocaravanas mais modernas, já dispõem de bons frigoríficos, que por norma, funcionam no chamado sistema automático ou inteligente, ou seja; quando a viatura está em movimento, o frigorífico passa automaticamente a funcionar a 12 volts; quando a viatura está parada, o sistema passa para gás, mas se ligar a corrente externa de 220, o frigorífico passa para essa corrente. Existem sistemas mais antigos, em que a alternância de corrente, mediante as circunstâncias, tem que ser feita pelo utilizador. 

Mais à frente, iremos analisar outras questões no capitulo CONSELHOS ÚTEIS – ÚLTIMOS PREPARATIVOS.

 

◊ DIFERENTES TIPOLOGIAS DE VEÍCULOS DE RECREIO.

Em Portugal, habitualmente, estas viaturas são divididas em duas classes; as autocaravanas e as caravanas.

As autocaravanas, são assim designadas, por se tratarem de viaturas de recreio ou lazer, que têm motorização própria; ou seja, não são atreladas a um veículo.

As caravanas, vulgarmente conhecidas como roulottes, são viaturas sem motor ou tração própria, tendo assim que ser rebocadas.

Dentro deste mundo do caravanismo e autocaravansimo, existem diversas classes, que iremos então, tentar abordar cada uma delas.

Antes de subdividirmos as suas tipologias, podemos começar por ter em conta, dois grandes grupos de veículos:

  • Veículos pesados:

Com peso bruto superior a 3500kg ou com lotação superior a 9 lugares, incluindo o do condutor. Neste caso, o condutor terá que ser possuidor de uma carta de condução, com a categoria C ou superior e a idade mínima de 21 anos.

  • Veículos ligeiros:

Com peso bruto igual ou inferior a 3500kg e com lotação não superior a 9 lugares, incluindo o do condutor. Neste caso, o condutor terá que ser possuidor de carta de condução com a categoria B ou superior e a idade mínima de 18 anos.

Para todo e qualquer veículo, a altura máxima, não poderá exceder os 4 metros e a largura, os 2,55 metros.

O comprimento poderá variar bastante, sobretudo quando se trata de um veículo pesado. Normalmente, o comprimento máximo das autocaravanas que podem ser conduzidas com carta de condução de veículos ligeiros, não excede os 7,25 metros e é dentro destas mais comuns que iremos aprofundar um pouco mais, tendo ainda em conta, que existem as mais variadas, possíveis e imagináveis configurações, à medida de cada cliente. Irei tentar dar algumas explicações técnicas, e sem querer tornar o artigo demasiado “massudo”, vamos então analisar as mais comuns:

Autocaravanas, são viaturas em que geralmente o fabricante e em ajuste com as marcas de veículos, aproveita ou adapta a estrutura principal do veículo, e com um chassi adaptado, lhe coloca uma carroçaria ou módulo/casa, transformando assim numa autocaravana que poderá ser Perfilada, Integral, Capuchino ou Campervan (também designadas por autovivendas). Complicado?

  • CAPUCHINHO:

A definição desta tipologia de caravana, prende-se com o facto de ter uma cama elevada por cima da cabine; uma espécie de capuz.

⇒ Como vantagens: São estas que por norma, têm mais lugares (até 7, homologados com cinto de segurança). Também poderão ter mais algum espaço no interior e eventualmente duas camas sempre feitas, sendo uma na traseira do veículo e outra na parte superior da cabine. Podem ainda ter o chamado espaço de garagem, para arrumações.

No entanto, a tipologia ou nome, só se refere à cama por cima da cabine e não ao comprimento do veículo.

⇒ Como desvantagens: Precisamente pelo facto de possuírem a cama ou aquela espécie de capuz por cima da cabine, torna-as mais elevadas e menos aerodinâmicas, pelo que, por princípio, consomem mais combustível. São também mais altas (até um máximo de 4 metros), o que implica alguns cuidados adicionais, não só nos locais por onde se passa ao longo da condução, como também nos estacionamentos.

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  • PERFILADAS:

O que mais difere as perfiladas das capuchino, é que estas não têm a cama por cima da cabine. A cama poderá existir na traseira do veículo e/ou sobre a sala, podendo esta ser articulada para subir e descer.

⇒ Como vantagens: Sendo mais baixas e aerodinâmicas, consomem menos combustível. Podem ainda ter o chamado espaço de garagem, para arrumações.

⇒ Como desvantagens: Quando se baixa a cama da sala, perde-se espaço de livre movimentação no interior.

  • INTEGRAIS:

São autocaravanas, cujo perfil (a sua largura) desde a frente à traseira, é sempre igual, tendo como principal diferença, o posto de condução mais largo e com um para-brisa panorâmico. Por norma, são viaturas mais compridas, quase semelhantes a um autocarro ou mini-autocarro, sendo quase sempre da categoria das viaturas pesadas.

⇒ Como vantagens: O espaço habitacional é maior e normalmente, mais luxuoso.

⇒Como desvantagens: São mais caras, atingindo nalguns casos, valores bastante elevados e consomem mais combustível, devido não só ao seu peso, como também pela sua motorização.

A maioria, por ultrapassarem os 3500kg, carecem de carta de pesados.

Também devido ao seu tamanho, a manobrabilidade, principalmente para estacionar, reveste-se de cuidados adicionais.

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  • VIATURAS TRANSFORMADAS:

Também aqui, e devido ao facto de estarem a ter cada vez maior procura, existem as mais variadas. Desde pequenas viaturas adequadas a um casal, às um pouco maiores. O que as distingue? Essencialmente, são veículos em que o exterior é exactamente o mesmo do fabricante da marca (altura, largura e comprimento); ou seja, não lhe é acoplado nenhum módulo ao chassi, sendo somente transformado ou reconvertido o seu interior. Podem ter origem num ligeiro de mercadorias ou num ligeiro de passageiros.

Normalmente conhecidas como Campervans, deixo aqui alguns meros exemplos:

Nas maiores, encontramos modelos de marcas como a Fiat Ducato, Citroen Jumper, Peugeot Furgão, Renault Master, Mercedes Sprinter e Iveco. A altura e o comprimento destas viaturas, é geralmente designado com as siglas L de largura e H de altura, podendo-se encontrar desde as mais pequenas e baixas, como às mais compridas e altas; L1H1 com menor capacidade de carga às L4H4, com maior capacidade.

Nas menores, encontramos pequenas viaturas, que são igualmente ligeiros de passageiros, mistos, ligeiros de mercadorias e monovolumes, como é o caso das pequenas Mercedes Classe V, Renault Kango, Renault Trafic, Citroen Berlingo, Citroen Spacetourer, Peugeout Partner e Peugeot Traveller

Para quem procura este tipo de solução, existem 3 formas de o fazer:

Adquirir uma destas viaturas, apresentar um projecto de alteração da categoria do veículo, que depois de aprovado, pode transformar em autocaravana. Mais à frente, reservámos um capítulo, dedicado às questões inerentes à transformação de um veículo à sua escolha.

Recorrer a um construtor especializado, que por norma, trata ainda da legalização.

Ou, comprar já transformada.

Como referi, devido à crescente procura, as marcas mais conhecidas de fabricantes de autocaravanas, estão a colocar à venda no mercado, este tipo de veículos, já completamente transformados e devidamente legalizados.

⇒ Como vantagens: Quando surgiram no mercado, esta solução, era substancialmente mais em conta que uma autocaravana convencional.

Devido ao facto de não serem sujeitas a alterações no exterior, são mais discretas, consomem menos e são mais fáceis de manobrar. Um outro aspecto muito positivo, é o facto de o proprietário poder escolher quase todo o tipo de equipamentos: número de lugares, camas, configuração, disposição, tipo e qualidade dos materiais e do mobiliário no interior, etcª. Quase como se mandasse fazer um fato ao seu gosto e à sua medida!

Consoante a tipologia, marca e modelo, alguns destes veículos, possuem ainda uma porta lateral de grande amplitude e as portas traseiras que se abrem. Para além de proporcionar uma visibilidade mais ampla para o exterior, facilitam também as arrumações.

⇒ Como desvantagens: O comprimento e a altura, podem chegar ao de uma autocaravana dita convencional; contudo, a largura no interior relativamente às demais, é sempre mais reduzida, o que se poderá tornar um factor determinante na hora da escolha, uma vez que normalmente, têm uma redução em cerca de 40 cms de largura! Pode não parecer muito, mas numa autocaravana, todos os centímetros contam, quando procuramos mais espaço no interior para nos movimentarmos. Também em altura, o seu perfil, tende a “afunilar”.

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  • CARAVANAS:

Como já vimos anteriormente, as caravanas precisam de um reboque; ainda assim, como nos casos anteriores, o critério da escolha, baseia-se sempre na análise das vantagens e desvantagens de cada veículo:

⇒ Como vantagens: Normalmente tratam-se de veículos consideravelmente mais baratos. Também aqui, os tamanhos disponíveis no mercado, variam bastante, existindo mesmo algumas, que se assemelham a autênticas casas sobre rodas!

Para além disso, uma das grandes vantagens das caravanas, reside no facto de quando se encontra parado num parque de campismo e precisa do carro para se deslocar a algum lugar (praia, compras, …), e contrariamente a uma autocaravana, não tem que arrumar toldo, mesas, cadeiras, extensão eléctrica, etcª.

⇒ Como desvantagens: Por se tratar de um veículo que é rebocado, a manobrabilidade durante a condução e nos estacionamentos, torna-se mais complicada.  Tem que adaptar espelhos retrovisores exteriores, com um ângulo de visão adequado à largura da viatura rebocada. Também durante a condução, não são permitidos ocupantes/passageiros no seu interior. Para desacoplar a caravana da sua viatura, não o pode simplesmente fazer num parque de estacionamento.

Outra particularidade, é o facto de em viagem e sempre que necessitar aceder a qualquer coisa, ter que estacionar e sair do carro para aceder à caravana.

Precisa ainda de ser possuidor de carta de condução de categoria BE, para poder conduzir um ligeiro de passageiros com um atrelado, até 3500kg.

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  • MINI CAMPERVANS:

Neste tipo de solução, recorre-se novamente às pequenas viaturas, com a particularidade de em alguns casos, não carecer de qualquer alteração, e logo, não serem sujeitas a homologação.

Como tal, obrigatoriamente, não se pode tratar de um ligeiro de mercadorias, mas sim de um ligeiro de passageiros. Preferencialmente com 5 lugares e um amplo espaço traseiro, onde é acondicionado o sistema de adaptação! Como exemplo de viaturas: Renault Kango, Citroen Berlingo, Peugeout Partner, entre outras.

⇒ Como vantagens: O facto de não requerer um grande investimento, nem alteração das características do veículo; um baixo consumo económico; a facilidade na condução e nos lugares de estacionamento.

⇒ Como desvantagens: O pouco espaço disponível dentro da viatura e inevitavelmente, a ausência de uma casa de banho integral.

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◊ COMPRAR OU ALUGAR?

Depois de se ter inteirado até aqui, sobre as diferentes tipologias existentes no mercado, chegou a hora de o ajudar a decidir. Sobretudo aqui, vou usar a minha experiência de mais de 6 anos como autocaravanista constante.

Adquirir uma viatura de recreio, implica alguns encargos financeiros, que se podem tornar avultados, em função daquilo que se escolher! Por isso mesmo, é preciso ponderar muito bem, antes de avançar para a compra.

Muitas vezes, cria-se a ideia de que uma autocaravana é uma casa! Errado. Uma autocaravana, é uma viatura com alguns confortos de uma casa, e quem pensar adquirir uma, à espera de transferir totalmente o conforto e eventuais luxos de casa e colocá-los sobre quatro rodas, não está propriamente a sair de casa e a partir à aventura; está só a prolongar um pouco a casa, arriscando-se a mais tarde ou mais cedo, ver o seu investimento demasiado tempo parado ou a ser utilizado somente nas férias uma ou duas vezes por ano.

Não quero ser mal-interpretado, mas creio que para investir numa autocaravana e desfrutar em pleno, não basta só gostar de viajar. É preciso gostar do contacto com a natureza e quem sabe, talvez com menos, viver mais.

Como reparou no inico deste guia, na nossa história, nós não nos lançámos logo pela transformação ou compra de uma autocaravana! Fizemos todo um percurso, que embora e como é óbvio, não seja obrigatório, creio ser importante.

Começámos pelo prazer do campismo e do contacto com a natureza e só mais tarde, para experimentar, decidimos alugar uma autocaravana; evitando assim o risco de investirmos em algo para ficar parado ou utilizar somente nas férias, uma vez ou duas.

Actualmente, e principalmente através das redes sociais, o estilo de vida de autocaravanista, é amplamente divulgado, acabando por inevitavelmente, transmitir um certo romantismo.

Contudo, não nos devemos limitar ao que vemos, pois podemos ficar com a ideia errada de que ter uma autocaravana, é adequado ao perfil de qualquer pessoa.

O apelo à descoberta, motivado pela curiosidade, será somente o primeiro passo. Mas para ter a certeza, tem que colocar o sonho em prática e experimentar, sem se comprometer com um grande investimento.

Considero que deverá ser por aqui, que deve começar; alugar!

 

◊ ANTES DE ALUGAR – A ESCOLHA DA MAIS ADEQUADA.

Antes de alugar, comece por imaginar um pequeno roteiro (aconselho a que para uma primeira vez, não seja tão grande como aquele que nós fizemos), pois poderá não gostar, ou mesmo indo com a família, pode-se dar o caso de alguém não gostar da experiência. Assim, comece por 4 ou 5 dias durante a semana (e já lhe explico o porquê), para partir rumo à aventura, desde o dia que levanta a viatura, até ao dia da entrega. Para ser uma boa aventura, opte por destinos que ainda lhe sejam desconhecidos, contudo, tente escolher boas estradas e locais com bons acessos e bons estacionamentos, para que se possa sentir à vontade e não se ver em “apertos”, com um carro maior àquele que está habituado a conduzir.

O aluguer de autocaravanas, funciona também um pouco como o aluguer de um alojamento local ou hotel. Note que, é muito importante perceber que também aqui, existem épocas baixas e épocas altas, tendo como referência inevitável, os períodos de verão e de inverno. Porém, também existem outros períodos, que podem ser considerados de época alta, ou simplesmente, serem mais encarecidos, como é o caso dos fins-de-semana e dos chamados feriados com ponte! Por isso e se conseguir, tire os tais 4 ou 5 dias num período que não inclua época alta, fim-de-semana, feriados ou pontes e poupa um bom dinheiro, que poderá gastar para outras actividades.

Assim, consulte os diversos sites de aluguer de autocaravanas disponíveis no mercado e aceda à suas tabelas de preços ou questione por telefone, para poder fazer a sua melhor escolha, numa boa relação qualidade-preço.

Dê preferência a uma firma que possua uma frota de viaturas novas ou recentes, para reduzir a possibilidade de algum contratempo com eventuais avarias mecânicas da viatura ou do equipamento da zona da habitação.

Informe-se bem sobre as franquias cobradas, a abrangência do seguro realizado e que tipo de garantias ou assistência em viagem que a firma de aluguer lhe pode prestar, em caso de surgir alguma dúvida e precise de os contactar … a qualquer hora!

  • O SEU PERFIL PESSOAL E FAMILIAR:

Existem autocaravanas muito pequenas e muito limitadas em termos de conforto e comodidades; assim como existem outras muito grandes, que lhe podem causar pouco à vontade na sua condução, por não estar habituado; por isso, aconselho uma de tamanho intermédio.

Se não pretender abdicar de nenhum conforto compatível àquele que está habituado na sua habitação, escolha uma com o máximo de equipamentos, luxos e comodidades, que a firma de aluguer tenha para lhe disponibilizar.

Se por outro lado, procura um estilo mais minimalista e maior contacto com a natureza, opte por uma das chamadas Campervans, que embora (eventualmente) possam conter menos comodidades e menos espaço, são mais discretas.

Para uma primeira experiência, e se não for sozinho, aconselho que viaje de uma forma mais íntima, ou seja, casal e filhos por exº; uma vez que terá que dormir, tomar banho, vestir e despir, etcª.; o que se poderá tornar um pouco constrangedor, no caso de ir com pessoas amigas!

  • O NÚMERO DE LUGARES:

Escolha o número de lugares homologados com cinto (em livrete), de acordo com o número de pessoas que vai levar. Por exemplo: para um casal com 2 crianças, serve perfeitamente uma autocaravana com dois lugares à frente na zona de condução, que sejam giratórios e mais dois lugares atrás na chamada sala ou habitação.

  • O TIPO DE EQUIPAMENTOS:

Normalmente, a maioria das empresas de aluguer, dispõem de autocaravanas recentes no mercado e com os equipamentos mínimos e indispensáveis a proporcionar uma boa experiência. Porém, existindo actualmente muita oferta e para que possa estar bem informado, sem esquecer que estamos a falar de uma primeira experiência, existem outros factores, que deverá ter em conta para que tenha a total oportunidade de desfrutar em pleno das suas mini-férias como autocaravanista principiante:

⇒ A cama – Escolha uma autocaravana que tenha pelo menos uma cama de casal separada ou afastada da sala, que pode ser tipo beliche e mais uma outra, que poderá ser na zona da sala, caso leve 2 crianças. Importante, é que mesmo em caso de só precisar de uma cama, ela deverá ser fixa em permanência, ou seja; uma cama que não seja de montar e desmontar; que esteja sempre feita, para que na hora em que se quiser deitar, seja só usufruir. Preferencialmente, escolha também com janelas e clarabóia por cima da cama. Se tiver oportunidade e alguma sorte, poderá desfrutar de uma bela noite de luar ou de um céu estrelado!

⇒ A casa de banho – Tomar banho numa autocaravana, passará sempre por ser mais um duche do que um banho! Contudo, uma casa de banho isolada e fechada, e preferencialmente com a zona do duche separada da sanita e do lavatório, é da máxima importância para o seu conforto e máxima comodidade; sobretudo para quando não tem possibilidade de parar num parque de campismo ou área de serviço de autocaravanas (ASA). As autocaravanas possuem um depósito de água limpa e um outro para águas residuais, e por isso mesmo, a utilização da água, é limitada à capacidade dos depósitos (no caso da nossa, tem 200 litros de capacidade para água limpa e outro com 100 para águas sujas).

Dou-lhe um mero exemplo, que se passa muitas vezes no nosso caso: quando vamos em viagem, e principalmente ao aproximar da noite em que aproveitamos para descansar da viagem e da condução, à falta de um melhor local, recorremos muitas vezes a um vulgar parque de estacionamento para pernoitar. Durante a noite, lá surge aquele xixi que tem que ser feito, assim como de manhã, a questão do banho e da higiene pessoal! Logo, uma boa (ou razoável) casa de banho, é muito importante.

⇒ A cozinha – Escolha uma que tenha uma bancada razoável, com fogão com pelo menos 2 bicos e um lava-louça; um frigorífico com congelador em separado e eventualmente um micro-ondas.

⇒ Extintor e manta ignífuga – Estes são aqueles utensílios que esperamos nunca ter que vir a utilizar, mas que são da máxima importância, não só numa autocaravana, mas também nas nossas casas!

⇒ A botija de gás – Verifique se faz parte do equipamento e questione se está cheia ou a sua capacidade média.

⇒ O boiler – Este equipamento ou aparelho, é uma espécie de esquentador ou termo-acumulador e é importante que a viatura disponha de um, para garantir um bom duche com água quente.

⇒ Sistema de aquecimento, também designado por “parking chauffage” – Embora as autocaravanas possuam um excelente sistema de isolamento para frio e calor, devem ter um bom sistema de aquecimento na zona da habitação, para aquelas noites de inverno, que podem ser realmente muito frias!

⇒ Utensílios de apoio – Extensão eléctrica e adaptador universal de corrente, uma vez que em alguns países, as entradas de corrente, são diferentes das genericamente utilizadas em Portugal.

⇒ Utensílios adicionais – Podendo-lhe ser cobrados ou não como extras, deixo-lhe algumas considerações que deve verificar e questionar na hora do aluguer: Talheres e louças, cobertores e lençóis de cama (se preferir pode levar os seus; até porque há firmas que não os disponibilizam), cadeiras e mesa exteriores.

Por fim, peça ao responsável pela demonstração, que lhe explique TUDO até não ter dúvidas e muito importante … verifique no momento, se todos os equipamentos se encontram em pleno e normal funcionamento.

 

◊ ONDE ALUGAR.

Em breve, iremos disponibilizar um espaço próprio, com parceiros comerciais, que o redireccionará para algumas firmas de aluguer.

 

◊ COMPRAR NOVA OU USADA?

Após ter tido a sua primeira experiência através do aluguer e estar decidido a adquirir a sua casa sobre rodas, chegou a hora de escolher.

Não comece logo por se fixar na ideia de quanto pode gastar, pois embora seja uma condição, ficará surpreendido com a margem de valores, que o mercado tem para lhe oferecer! Desde uma caravana (atrelado) usada em razoável estado, que poderá começar nos 2000 mil euros, até uma autocaravana nova, no valor de centenas de milhares de euros!

Assim, comece por ponderar o seu estilo pessoal e familiar, uma vez que são estes factores, que mais irão influenciar a sua decisão.

Faça como se estivesse à procura de uma casa como habitação principal, para si e para a sua família e tente conciliar a sua decisão com a sua cara metade e com os seus filhos, se for o caso; pois acredite, que é uma escolha, que deverá agradar a todos. Comece por visitar alguns sites, para se irem inspirando e ficando com algumas ideias.

  • USADA:

⇒ Como vantagens: Para além de mais baratas, uma particularidade das autocaravanas usadas, é o facto de conseguir encontrar alguns veículos, que embora sendo modelos antigos, encontram-se em óptimo estado de conservação; ou seja, com motores com poucos quilómetros e interiores com pouca utilização. Isto é motivado pelo facto dos seus proprietários, terem rodado pouco com os seus veículos. Logo, torna-se num factor a ter em linha de conta, uma vez que poderá encontrar um bom negócio!

⇒ Como desvantagens: Além da pesquisa ser mais exaustiva e nem sempre ter a possibilidade de se deslocar ao local do vendedor para visualizar o veículo, poderá deparar-se com a questão da garantia. Além disso, e à semelhança de um qualquer carro, também as tecnologias e comodidades das autocaravanas, estão em constante evolução. O que poderá acontecer, especialmente num veículo com mais de 15 anos (embora com um preço atractivo), é que irá encontrar alguns equipamentos que poderão já estar ultrapassados ou inexistentes. Alguns meros exemplos: motorização, sistema de navegação, disposição interior e mobiliários antiquados, frigorifico de mudança manual, sistema de aquecimento ou ausência de sistema de LED´s que numa autocaravana são de extrema importância para a poupança das baterias, entre outros factores.

  • NOVA:

Também aqui, poderá consultar alguns sites de referência, mas a melhor forma, será aguardar por uma feira de campismo e caravanismo, como é o caso da Nauticampo, onde as marcas mais conhecidas, se fazem representar e onde poderá, num só espaço, tomar contacto directo com as mais diversificadas soluções, tamanhos e preços.

⇒ Como vantagens: A garantia do fabricante, uma maior oferta e diversidade, e o facto de que, com muitos fabricantes, poder escolher algumas alterações não só na disposição dos interiores, como também na escolha dos equipamentos, materiais e acabamentos.

⇒ Como desvantagens: Creio que a única desvantagem, será só mesmo o facto de poderem ser mais caras!

 

◊ ALGUMAS DAS MARCAS DE CONSTRUTORES, MAIS CONHECIDAS NA EUROPA.

 

◊ ONDE COMPRAR EM PORTUGAL.

Em breve, iremos disponibilizar um espaço próprio, com parceiros comerciais, que o redireccionará para algumas firmas de venda, no mercado de novas, semi-novas e usadas com garantia.

 

SE OPTAR PELA TRANSFORMAÇÃO – QUESTÕES TÉCNICAS E DESPESAS.

Esta foi a nossa escolha, pois como já vimos, esta opção é a qual, onde dispõe da maior escolha possível: a marca e modelo do veículo, a cor, a motorização, o comprimento e a altura, escolha de materiais e equipamentos, bem como da disposição no interior.

NOTA: Para proceder à transformação de um veículo, convêm dominar alguns conhecimentos técnicos específicos; nomeadamente: carpintaria e ou marcenaria, electricidade de 12 e 220 volts, canalização de água e gás, sendo que lhe poderá ainda, ser exigido que os mesmos, sejam realizados ou certificados por um técnico autorizado!

Assim, vamos ver alguns importantes passos, que deverá ponderar, considerando o caso de viaturas ligeiras.

  • CAPACIDADE DE CARGA:

A capacidade de carga útil de uma viatura, em termos muito genéricos, é calculada tendo em linha de conta o peso bruto total (PBT); peso do veículo, lotação e carga. Como mero exemplo: se adquirir uma viatura com PBT de 3500 kgs e se a mesma quando vazia, pesar 2500 kgs, o peso que lhe resta como carga útil, será de 1000 kgs.

Visto assim, poderá até não parecer muito complicado, pois restavam-lhe esses 1000 kgs, para poder carregar o mesmo com muita coisa! O problema, é que tem que considerar o número de lugares em viagem, (existindo também aqui um cálculo para o peso médio por pessoa e a sua carga individual), o peso do depósito de água cheio, entre outros factores.

Depois de encontrado esse valor, o restante seria então para os móveis e equipamentos no interior!

Logo, e por princípio, quanto maiores forem as dimensões da viatura que adquirir, maior será a sua capacidade de carga útil.

  • DIMENSÕES DA VIATURA:

Este é um aspecto que nunca poderá alterar (excepto se for autorizado pela própria marca) e convêm relembrar que, estas viaturas, não possuem a mesma largura de uma autocaravana convencional.

Um ligeiro de mercadorias, normalmente, tem até um máximo de aproximadamente 2 metros de largura.

Em comprimento, pode encontrar veículos que vão desde os 4 metros, até aos mais compridos com quase 7,5 metros.

Em altura, poderá encontrar até um máximo de aproximadamente 3 metros.

  • O QUE SE CONSIDERA UMA TRANSFORMAÇÃO:

(Com base na fonte de pesquisa e transcrição integral sobre o artigo do Instituto de Mobilidade e Transportes):

“Considera-se transformação a alteração da estrutura, carroçaria, motor, sistemas ou componentes, de um veículo matriculado de modelo aprovado.

As transformações que impliquem alteração das características regulamentares dos veículos, nomeadamente no que se refere aos seus elementos de identificação ou classificação, que alterem sistemas componentes ou acessórios objeto de homologação ou possam constituir risco para a segurança rodoviária, só podem ser efectuadas mediante autorização prévia do IMT.

Nos casos em que dada a natureza da transformação se torna necessária a apresentação de um projeto de transformação, este pode revestir a forma de projeto individual, válido apenas para um veículo, ou projeto geral, válido para um modelo de veículo.

Os projetos individuais devem ser apresentados junto dos Serviços Regionais e Distritais do IMT, sendo os projetos gerais analisados pelos serviços centrais do Instituto.

  • TRANSFORMAÇÃO DE SISTEMAS E COMPONENTES:

(Com base na fonte de pesquisa e transcrição integral sobre o artigo do Instituto de Mobilidade e Transportes):

“A transformação de sistemas ou componentes de veículos objeto de homologação, carece de aprovação prévia, devendo ser apresentados elementos que comprovem a manutenção das condições de segurança do veículo e a protecção do ambiente.

Documentos

O pedido de aprovação deve ser apresentado junto dos Serviços Regionais e Distritais do IMT, acompanhado dos seguintes documentos:

Formulário Modelo 9 IMT; Memória descritiva; Desenhos que ilustrem a transformação pretendida (se aplicável); Certificação emitida pelo fabricante do veículo ou por serviço técnico acreditado atestando a segurança da transformação e a manutenção do nível de proteção do ambiente; Cópias de certificados de homologação de sistemas ou componentes integrados na transformação; Documento de identificação do veículo (Livrete + Título de Registo de Propriedade ou Certificado de matrícula); Documento de identificação do requerente.

Taxa: € 150,00”

  • OUTRAS CONSIDERAÇÕES LEGAIS e o ISV (Imposto Sobre Veículos):

Após a aprovação do seu projecto e depois de sujeito a uma inspeção extraordinária, terá que apresentar toda a documentação em conjunto com o modelo 9.  Paralelamente, terá que apresentar ainda todos os documentos nos serviços aduaneiros, para lhe ser emitida a declaração aduaneira de veículo (DAV) e proceder ao pagamento das taxas adicionais, que serão calculadas, em função do ano de fabrico da viatura e da sua motorização.

Somente depois de todo esse procedimento, é que é emitido um novo livrete, onde consta a nova tipologia da viatura.

O exemplo do nosso caso: para uma viatura ligeira de mercadorias, com matrícula portuguesa, ano de fabrico de 2007 e 2300 cc de cilindrada; além dos 150 euros para submissão do projecto e demais alguns pequenos custos adicionais, os serviços aduaneiros, cobraram-nos uma taxa de 2420 euros (em 2015).

  • MOTORIZAÇÃO e CONSUMO:

Se pretende uma viatura com um bom desempenho, aconselho a que escolha uma boa motorização. Embora o consumo possa aumentar, o facto é que quando tiver a viatura carregada no limite da sua capacidade e se vir numa viagem em que tem que percorrer uma estrada de montanha com uma inclinação mais acentuada, vai querer com certeza, conseguir alcançar o seu destino sem sobressaltos!  As motorizações acima dos 2200 cc, normalmente, costumam oferecer uma boa relação entre desempenho e consumo. No nosso caso, apesar de ser uma Fiat Ducato, procurei um modelo de 2007, não só para pagar menos imposto, como também pelo facto de ainda virem equipadas com o motor Iveco, 2300 cc, 130 cavalos, multijet. Tem neste momento 270.000 klmts, sem uma única avaria e um consumo médio de 9 litros a uma velocidade média entre os 110 e os 120 klmts/hora!

  • RECORRER A UMA FIRMA ESPECIALIZADA:

Embora transformar uma viatura tenha um certo … encanto, se não se sente à vontade para o fazer e pretende um veículo, exactamente à sua medida, aconselho a que recorra a uma firma especializada. Contudo, existem alguns aspectos que também aqui, deverá ter em conta!

⇒ Profissionalismo – Comece por ver outros trabalhos já realizados e o grau de satisfação dos clientes.

⇒ O contrato – Escolha uma firma, onde a obra possa ser adjudicada, mediante a celebração de um contrato escrito.

⇒ Prazo de entrega – No contrato deverá figurar o prazo de entrega;

⇒ Materiais e equipamentos – Uma completa descriminação de todos os equipamentos e a marca dos mesmos, bem como dos materiais por si escolhidos;

⇒ A garantia do construtor;

⇒ Pagamento final, taxas e Imposto de legalização – Por fim, deverá ainda constar do contrato, a forma de pagamento e se o total, abrange todos os impostos e despesas com a legalização da viatura.

 

◊ EMPRESAS DE TRANSFORMAÇÃO DE VIATURAS.

Em breve, iremos disponibilizar um espaço próprio, com parceiros comerciais, que o redireccionará para algumas empresas especializadas.

 

◊ ANTES DE VIAJAR – O QUE DEVE SABER.

Antes de viajar com um veículo de recreio ou lazer, quer seja com uma autocaravana, campervan ou caravana, convêm observar algumas normas básicas de boa conduta, não só sobre a condução, mas também relativas às diferenças entre estacionar, pernoitar ou acampar. Estas normas, podem variar de país para país, assim como de região para região ou autarquia.

Assim, o melhor conselho, será estar atento às indicações que são dadas em cada local e estacionar ou acampar, nas zonas destinadas a esse fim.

  • ESTACIONAMENTO E/OU PERNOITAR:

Observe se não existe nenhum sinal que proíba o estacionamento ou paragem. A viatura não deve ultrapassar qualquer marca delimitadora eventualmente existente no pavimento, assim como deve respeitar, algum eventual limite de tempo que possa existir.

Não efectue qualquer descarga de líquidos de nenhum tipo, nomeadamente, o despejo de águas sujas ou químicas.

Não provoque ruídos, fumos ou cheiros, que possam incomodar os restantes utentes da via ou do estacionamento.

Não abra o toldo; não estenda roupas nem retire mesas ou cadeiras para o exterior ou outros utensílios, objectos ou práticas, que possam ser interpretadas com a prática de campismo. Também as janelas da zona de habitação, devem permanecer em “postigo” e a escada/degraus ou step da porta, deve permanecer recolhido.

À parte tudo isto, como em qualquer veículo, por princípio, poderá descansar ou pernoitar no seu interior.

NOTA: Conforme referi, a pernoita poderá variar de pais para país e de região para região; pelo que mais abaixo e relativamente a Portugal, iremos analisar o código da estrada, alguns Decretos-lei sobre a matéria, bem como algumas portarias camarárias.

  • ÁREAS DE ESTACIONAMENTO ou SERVIÇO DESTINADAS A AUTOCARAVANAS – HABITUALMENTE DESIGNADAS POR ASA:

Embora as mesmas sejam destinadas exclusivamente às autocaravanas, não deixam, contudo, de ser estacionamentos, pelo que, terão que ser respeitadas as normas que por princípio, devem estar afixadas nesses locais. Habitualmente, não é permitida a permanência de forma ininterrupta, por períodos superiores a 72 horas. Mesmo nestes locais, poderão não ser permitidas as actividades anteriormente referidas como práticas de campismo!

Se estiverem em conformidade com a regulamentação e em pleno e normal funcionamento (o que nem sempre se verifica), é nestas áreas que pode proceder ao despejo das águas residuais ou da sanita química, abastecer com água potável e despejar lixo de acordo com os equipamentos existentes.

Em alguns locais, poderá ainda encontrar fornecimento de electricidade e outras comodidades que poderão funcionar em paralelo, tais como: área de lazer com mesas e cadeiras, sanitários e duches, máquinas para lavar e secar roupas, cafetaria, supermercado e posto de combustível.

Em Portugal, de forma ainda um pouco escassa, mas já vão surgindo algumas destas áreas com maiores comodidades.

NOTA: Pode eventualmente, ser-lhe cobrada alguma taxa.

  • PRÁTICA DE CAMPISMO:

As autocaravanas são viaturas devidamente homologadas, cujas capacidades técnicas especificas, lhes conferem autonomia suficiente, para não se verem obrigadas a recorrer aos tradicionais parques de campismo.

Contudo, normalmente, não é permitido o acampamento ou prática de campismo, fora das áreas destinadas a esse fim, como é o caso desses parques.

Poderão, no entanto, existir algumas excepções, nomeadamente, através de uma autorização local da região ou autarquia, pelo que, se tiver intenção de praticar campismo de uma forma mais livre, procure informar-se junto das autoridades locais.

  • O CÓDIGO DA ESTRADA:

NOTA: Uma autocaravana, quando em movimento, é um veículo sujeito às mesmas regras de segurança de qualquer outro.

Poderá parecer descabida esta afirmação, mas infelizmente e sobretudo para os inexperientes, ainda existe a ideia de que se pode circular livremente em pé dentro da autocaravana ou até ir deitado, durante a condução! Errado. Além de não ser legalmente permitido, é um risco de segurança muito grande, pelo que só se pode circular sentado e com cintos colocados. 

Apesar do código da estrada ser bastante claro e não dever suscitar qualquer má interpretação, devendo até ser o principal contributo e factor facilitador para o exercício de uma condução segura; o certo é que, no momento em que o condutor de uma autocaravana tenta tirar partido da sua viatura e usufruir dos seus momentos de lazer; têm surgido inúmeras questões!

O Código da Estrada, não faz qualquer menção a esta “tipologia” de veículos, logo, as autocaravanas, obedecem à mesma legislação rodoviária e encontram-se classificadas como veículos de passageiros, podendo ser da categoria de ligeiros ou pesados, consoante a sua lotação ou peso.

De igual forma, também o código da estrada, nomeadamente nos seus artigos 48.º (Como devem efectuar-se); 49º (proibição de paragem ou estacionamento) e 50º (proibição de estacionamento), não fazem menção a autocaravanas.

Não existe qualquer normativo legal, no CÓDIGO DA ESTRADA (em Portugal), que proíba a pernoita no interior de veículos estacionados, desde que os mesmos se encontrem em lugar público, em conformidade com a lei.

Contudo, com a entrada em vigor de alguns Decreto-lei,  nomeadamente o Decreto-Lei n.º 310/2002, publicado em Diário da República n.º 292/2002, Série I-A de 2002-12-18, que vem regular o regime jurídico do licenciamento e fiscalização pelas câmaras municipais de actividades diversas anteriormente cometidas aos governos civis; algumas autarquias, passaram não só a fiscalizar, como a proceder à colocação de alguma sinalética, que nem sempre se encontra em concordância com o Código da Estrada!

Surgem mesmo situações, em que o simples estacionamento ou pernoita, é muitas vezes confundido com acampamento ou prática de campismo.

 

◊ CONSELHOS ÚTEIS.
  • O SEGURO:

Se optar por comprar uma autocaravana (convencional) nova, aconselho a que faça um seguro com a maior abrangência possível, nomeadamente, que lhe ofereçam a cobertura contra danos, furto no interior, quebra de vidros e/ou acrílicos e ainda do recheio do interior.

Se comprar uma viatura com mais de 10 anos, para transformar ou uma que já seja autocaravana também com mais de 10 anos; dificilmente irá encontrar uma seguradora que lhe faça o chamado seguro contra todos os riscos.  No nosso caso, e apesar da nossa já não poder ser coberta por um seguro mais abrangente, conseguimos, contudo, um bom seguro, através de um mediador com parcerias estabelecidas.

  • CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS e de SEGURANÇA;

Antes de viajar, efectue sempre uma revisão ou manutenção da sua viatura, nomeadamente: a mecânica, incluindo nesta, uma verificação do sistema de travagem; as luzes e sistema eléctrico; o piso e a pressão dos pneus (incluindo o suplente); o bom funcionamento do sistema de substituição da roda suplente e material de apoio e segurança à substituição; o tipo de pneus que deverá utilizar, consoante altura do ano e condições climatéricas dos locais para onde vai viajar; cintos de segurança; o bom acondicionamento dos equipamentos e utensílios, tanto no exterior como no interior do veículo e por último, considere transportar um KIT e/ou pequena caixa com ferramentas indispensáveis.

  • ÚLTIMOS PREPARATIVOS:

⇒ Distribuição de peso no interior – Para um total e correcto desempenho das capacidades de segurança da viatura, distribua os objectos ou utensílios no interior de uma forma equilibrada. Dessa forma, para além de evitar que o veiculo “penda” mais sobre um dos lados, também estará a poupar os amortecedores e o piso dos pneus.

⇒ A teoria de atravessar o deserto – A menos que esteja mesmo disposto a ir para o deserto, não faça como nós na nossa primeira viagem!

Quando pela primeira vez nos aventurámos logo Europa fora, com medo ou desconhecimento de nos faltar o que comer, enchemos o frigorífico e os armários, até não caber mais; quando na realidade, o que não falta pelo caminho, é locais onde pode efectuar as suas compras.

⇒ Depósito de água, encher ou não na totalidade? – À semelhança da teoria do deserto, também irá encontrar, sobretudo em Espanha, França e Itália, as mais variadas e excelentes áreas de serviço para autocaravanas ou até mesmo, óptimos parques de campismo devidamente vocacionados para o acolhimento de autocaravanas. Também é uma forma de economizar no combustível e no desgaste da viatura, uma vez que poderá ir consideravelmente mais leve. Outra particularidade a ter em linha de conta, é o facto de quando terminar a sua viagem e caso ainda lhe restar água limpa, deverá considerar despejar a mesma, se a viatura for permanecer muito tempo parada, uma vez que a água (mesmo que limpa), tem tendência a desenvolver micro-organismos.

⇒ Verifique a botija de gás e considere um pequeno fogão portátil adicional – Em alguns países, tanto as bilhas como o sistema dos rotores, podem não ser compatíveis, pelo que deverá ir prevenido com gás suficiente e eventualmente um pequeno fogão camping adicional, com recargas, que dá imenso jeito para cozinhar no exterior.

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⇒ Sistema de alarme e trancas de portas – Como em qualquer carro, convém não facilitar a vida ao amigo do alheio! Se por vezes um normal carro, pode conter alguns objectos de valor, uma autocaravana por natureza, tem mais; pelo que aconselho que se previna com um bom alarme e trancas adicionais para as portas, além de que quando sai, deve levar consigo toda a documentação, cartões bancários e dinheiro.

⇒ Sistema de navegação e mapas – Um bom sistema de navegação actualizado, é de extrema importância. Ainda assim, eu sou um pouco old school e gosto também de recorrer a um bom mapa.

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⇒ Extintor e manta ignífuga – Como já referi anteriormente, são utensílios que esperamos nunca ter que usar, mas que convêm ter por perto e à mão!

⇒ Caixa de primeiros-socorros e alguns medicamentos – Pequenas coisas como medicamentos para febre e outros ou mesmo um simples repelente de insectos, podem-se revelar de extrema utilidade, até porque, poderá não os encontrar no imediato, quando viaja para fora.

⇒ Roupas – Também aqui, não precisa levar a casa toda atrás, pois irá encontrar muitos locais, onde pode proceder à lavagem e secagem das mesmas. Aconselho, no entanto, que vá prevenido em função do clima para onde vai, ou de alguma alteração imprevista.

⇒ Definição da rota – Embora aconselhe que deve delinear bem o seu itinerário, sou um pouco suspeito, pois viajo sempre um pouco ao sabor da onda e muitas das vezes, deixo-me levar quase à descoberta pelos caminhos menos percorridos! Umas vezes corre muitíssimo bem; outras … nem por isso. Mas uma coisa é sempre certa; é uma aventura.

⇒ ChecklistAgora que já tem tudo, antes de colocar o motor a trabalhar e de se colocar em marcha, habitue-se a elaborar um pequeno rascunho, que poderá servir de lista de verificações. Além de toda a família poder participar e de se sentir o capitão ou capitã do seu navio, é muito importante verificar se tudo está no sítio e em condições. A nós, serviu-nos de lição, uma vez logo ao início, em que arrancámos e não verificámos que tínhamos uma janela acrílica frontal aberta! Resultado? Parar, voltar atrás, recolher cacos e gastar muito dinheiro! Assim, verifique:

No exterior: Eventuais objectos esquecidos, trancas ou elevações do rodado, tomadas/fichas desligadas, toldo e antena recolhidos.

No interior: janelas acrílicas trancadas, clarabóias trancadas, mobiliário com portas e gavetas trancadas,  frigorífico trancado e inexistência de objectos ou aparelhos soltos ou mal acondicionados.

Por fim; muito importante e obrigatório … PARTA À AVENTURA E DESFRUTE AO MÁXIMO.

 

◊ VíDEO DEMONSTRATIVO SOBRE O FUNCIONAMENTO BÁSICO DE UMA AUTOCARAVANA.

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◊ MANTENHA-SE LEGALMENTE INFORMADO E ACTUALIZADO.

  • PARA MAIS INFORMAÇÃO LEGAL SOBRE:

Áreas de Serviço e Parques de Campismo – Diário da República Electrónico, portaria 1320/2008, pode consultar aqui:

 Diário da Republica Electrónico

As (ASA), áreas de serviço para autocaravanas, encontram-se regulamentadas na Secção II, Subsecção II, artigo 29.º.

  • PARA MAIS INFORMAÇÃO LEGAL SOBRE:

Regime jurídico do licenciamento e fiscalização pelas câmaras municipais de actividades diversas anteriormente cometidas aos governos civis:

⇒ Diário da Republica Electrónico

No que concerne aos autocaravanistas, o artigo 29º – Capítulo V

  • ACESSO AO INICIO DO PORTAL ELECTRÓNICO DO DIÁRIO DA REPUBLICA:

 Diário da Republica Electrónico – Página Inicial

  • AUTORIDADE NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA:

ANSR – Página Inicial

  • INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES:

 IMT – Transformações de Veículos

 


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18 Comments

  1. Rosa Zulmira Seabra de Carvalho diz:

    Excelente artigo! Obrigada pelas informações e conselhos tão úteis. Tenho uma Ford Transit domesticamente transformada, já legalizada, com estrutura e revestimento em madeira, o que lhe dá um ar romanticamente artesanal. Se eu a quiser remodelar, rentabilizando o espaço ou aumentar as funcionalidades, porventura alterar os matérias, a quem devo profissionalmente recorrer? Muito obrigada .

  2. Carlos diz:

    Boa tarde.
    Sabem me dizer se é preciso licença de alojamento local para alugar minha Caravana a autocaravana?
    Estou querendo rentabilizar elas quando nao as utilizo e queria deixá-las num camping para alugar…
    Pode me dar informação sobre isso?
    Obrigado desde já.

  3. fernando diz:

    Muito interessante, obrigado pela partilha.
    A transformação fica menos dispendiosa que a aquisição de um véiculo (+/- identico) fabricado originalmente para o efeito ?
    Seria muito invasivo perguntar qual o custo da transformação e custo total final, da autocaravana aqui mostrada ?
    O parqueamento da autocaravana, na via pública ou num parque de estacionamento público, quando não está sendo utilizada, tem algum condicionalismo ou alguma penalidade ? – Tenho dois parques por perto do local onde resido e verifico que há duas caravanas , que mudam regularmente de um para outro parque, até mesmo durante a semana…

    Muito obrigado e muita saúde

    • AlmadeAventureiros.pt diz:

      Bom dia e desde já o nosso obrigado pela consulta do nosso artigo.

      Quanto á questão do custo: Uma viatura transformada, ou seja, mandada fazer a pedido, fica menos dispendiosa do que uma autocaravana convencional – claro que tratando-se de uma nova – porque no mercado de usados encontra os mais variados valores. No nosso ponto de vista, entre muitas outras vantagens que estão descritas no nosso Guia, tem a possibilidade de escolher os materiais, tipologia e configuração interior.

      Relativamente ao valor: A nossa há 7 anos, quando a transformámos, ficou inicialmente em 14 mil euros (todos os materiais e legalização, sem contar com o preço da viatura, que já era usada. Uma Fiat Ducato ainda com o motor Iveco, muito fiável); depois com o tempo, fomos acrescentando alguns extras. Isto é claro que estes preços variam muito, consoante tipo de viatura que comprar, nova ou usada, dimensões, motorização e os equipamentos. Tem muito a ver com as características próprias de cada pessoa e o que se quer em concreto.

      Por fim, quanto ao parqueamento, não há qualquer impedimento legal ao Código da Estrada, uma vez que estacionada, uma autocaravana, é um veículo como outro qualquer. O que existem, são zonas em que, existindo sinalização própria, não é possível estacionar. Quando as mudam de local diversas vezes, também se prende com o geral do Código da Estrada, pois um veículo, não deve estar estacionado no mesmo local por mais de 30 dias.

      Esperamos ter ajudado.

  4. José Duarte Santinho dos Santos diz:

    Reconhecido pelas preciosas imformações e conselhos. Bem hajam!

    • AlmadeAventureiros.pt diz:

      Boa noite!

      Muitíssimo obrigado por tão elogioso comentário.

      Continuaremos a tentar manter o guia sempre actualizado.

      Votos de muita felicidade e saúde.

  5. Vitorino Madaleno diz:

    Caros Amigos os meus cumprimentos
    As dicas e instruções informações aqui escritas são muito boas para quem como eu e a minha família se meteu nesta aventura de adquirir uma furgão e de a equipar para autocaravana serviço adjudicado a uma pequena empresa que em principio fez um belissimo trabalho. Podem contar connosco para toda a troca de informação e enriquecer o vosso Blog já de excelente qualidade.
    Abraços e boas rotas

  6. Exelenre ideia. Estou interessado em adquirir uma celula para pick up 4×4 que ja possuimos e este guia tem muitas inf. uteis para iniciantes. Parabéns

    • AlmadeAventureiros.pt diz:

      Muitíssimo obrigado. Procuraremos manter o guia sempre renovado e actualizado com novas informações.

    • AlmadeAventureiros.pt diz:

      Entretanto, pode-nos acompanhar por aqui, ou nas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube, em Alma de Aventureiros.

  7. Maria João Carreiro diz:

    Muito útil, de leitura fácil e interessante. Fico a aguardar com expectativa novas publicações, nomeadamente sobre as empresas em Portugal que fazem transformações.
    Tudo de bom para vocês.
    Obrigada

    • AlmadeAventureiros.pt diz:

      Muito obrigado Maria João. Estamos a desenvolver contactos com potenciais parceiros comerciais, procurando aqueles que nos parecerem e que se revelarem, como mais confiáveis e profissionais. O Guia, estará sempre em actualização. Entretanto, pode-nos acompanhar por aqui, ou nas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube, em Alma de Aventureiros.

  8. Ana Silva diz:

    Somos um casal , já com a vida estabelecida e com os filhos criados e estamos a pensar comprar uma autocaravana, gostamos muito de ir a descoberta deste nosso lindo país,
    temos feito várias viagens de carro, escolhemos uma zona para conhecer tentamos ficar no centro dessa zona para conhecer o máximo possível , ficamos em alojamento local, ou hotel e partimos para a descoberta, no entanto, depois temos de regressar para pernoitar o que nos obriga a fazer muitos km e 2 a 3 horas a conduzir.
    Muitos Parabéns pelo vosso guia de caravanista que vai ser de grande utilidade para nós que nunca andamos de autocaravana, e que não fazíamos ideia de tudo o que é necessário saber e ter em consideração para ser um caravanista, em termos de segurança poderia nos dizer mais alguma coisa?
    Muito obrigado.

    • AlmadeAventureiros.pt diz:

      Bom dia Ana Silva. Muitissimo obrigado pelo comentário tão positivo. Procuraremos manter o Guia sempre renovado e com mais informações actualizadas. Relativamente à segurança: Como referi no Guia, na nossa primeira experiência, já lá vão 12 anos (que foi um aluguer), percorremos 4 países da Europa e sempre que não conseguíamos ficar num parque de campismo ou área de serviço para autocaravanas (ASA), sempre procurámos pernoitar em locais com mais movimento; por exemplo, em deslocação numa auto-estrada, quando chegava a hora de descansar, procurávamos postos ou estações de combustível que estivessem abertos toda a noite, onde estivessem camionistas estacionados e por vezes, até a policia (como acontece muito em Espanha). Nunca tivemos qualquer tipo de problema. Actualmente, em Portugal, procuramos sempre locais mais recatados e também sempre sem problemas. Em outros países, procuramos também locais com menos “turismo de massas”, onde por norma, os autocaravanistas, são sempre bem acolhidos. De resto, em Espanha e em outros países da Europa, já existe muita variedade de escolha em termos de áreas de lazer e de assistência, com boas condições e a baixo preço, para os autocaravanistas. Sugiro que instalem no telemóvel, uma aplicação que se chama “park4night”, onde tem sempre bons locais, conselhos e fotos do local ou das imediações da zona que escolher. Qualquer informação adicional, esteja à vontade em colocar. Entretanto, pode-nos acompanhar por aqui, ou nas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube, em Alma de Aventureiros. E força; vão em frente e aventurem-se.

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