A topografia do rochedo, é um marco de inquestionável importância na história de Portugal. Erguido sobre ele, o Castelo da Vila de Palmela, é como um gigante sentinela do Sado, que numa vigília constante, marca a fronteira entre um vasto Alentejo a sul, e as terras para norte de Portugal.
Sobre Palmela, aquele que foi o seu Conde, Marquês e posteriormente Duque, de seu nome D. Pedro de Sousa Holstein, disse: “Este, é o verdadeiro lugar de repouso e da paz”.
De arrabaldes de verdes colinas, de onde desde o cimo do castelo, é possível avistar meio Portugal, assim é a vila de Palmela.
Desde tempos imemoráveis que este foi o local escolhido por celtas, romanos e árabes, onde todos encontraram neste território um lugar estratégico para se fixarem, pois de facto, a ampla visão a todo o redor, permite e sempre permitiu, ver para muito longe; facto que no tempo das batalhas com mouros e castelhanos, era imprescindível para perceber a aproximação de qualquer ameaça.
Entre as muitas histórias de Palmela, uma das mais emblemáticas, será certamente a do fogo que foi mandado fazer na torre de menagem do castelo, por Dom Nuno Álvares Pereira.
Em 1383, o Rei de Portugal Dom Fernando I, morreu e deixou como sucessora sua filha Dona Beatriz. Contudo, esta era casada com o Rei de Castela, Dom Juan I, que declarou o direito da sua família ocupar o trono português! Com essa reivindicação, iniciou-se uma batalha contra o exército castelhano, muito mais numeroso.
Dom Nuno Álvares Pereira, um grande estratega militar nomeado pelo Mestre de Avis, combatia por terras do Alentejo, quando soube que Lisboa se encontrava cercada por mar e por terra, prestes a sucumbir às mãos dos castelhanos.
De imediato, apressou-se a atravessar o Sado e dirigir-se para Palmela. Chegado ao Castelo, mandou então acender uma grande almenara – fogueira, que fosse visível entre as muralhas do castelo de Lisboa, para dar sinal de que a capital do reino não estava sozinha e o grande comandante das tropas lusas, se encontrava a caminho!
Quer fosse pelo facto de uma misteriosa doença súbita e colectiva que se abateu sobre as tropas castelhanas, ou pelo avanço de Dom Nuno Álvares Pereira, o certo é que Lisboa não só ganhou novo alento e não sucumbiu, como os castelhanos bateram em retirada!
Com esta vitória e outras como a da famosa batalha de Aljubarrota, o Mestre de Avis, tornou-se Dom João I, Rei de Portugal e Algarves, tendo assim começado a Dinastia de Avis.
📸 Palmela – A Sentinela do Sado | Foto reportagem.
⇒ Primeiro dia:
Se começar a sua visita logo pela manhã, estacione a sua viatura, junto ao miradouro superior da vila, nas traseiras do castelo, onde pode desfrutar de uma vista magnifica sobre a baía de Setúbal, o estuário do Sado e a Península de Troia.
Depois, dirija-se ao Castelo de Palmela, onde pode efectuar uma visita a este Monumento Nacional e descobrir a história, deste que foi a sede da Ordem Militar de Santiago de Espada durante cinco séculos! Pode fazer a marcação de visita guiada, através do Posto de Turismo de Palmela.
Seguidamente, percorra as pacatas e estreitas ruas da vila, repletas de recantos de encanto. No largo que é conhecido pelo seu Coreto, aprecie a arquitectura do Cine Teatro e Casa Mãe da Rota de Vinhos, o local ideal para saborear um vinho da região, ou planear a sua visita de enoturismo a uma das diversas rotas dos vinhos! Estas rotas, são um convite a conhecer saberes e sabores tradicionais, e sempre com paisagens absolutamente deslumbrantes.
Chegada a hora do almoço, não deixe de experimentar a Sopa Caramela, um famoso prato típico da região.
📸 Palmela – A Sentinela do Sado | Foto reportagem.
Para o próximo local, é aconselhável deslocar-se de carro, uma vez que já é um pouco afastado do centro da vila; falo do espaço de artesanato, Fortuna – Artes e Ofícios, na Freguesia da Quinta do Anjo. Aqui, além do seu bonito bar-esplanada, pode apreciar o processo de manufatura de peças artesanais de azulejaria, olaria e cerâmica decorativa.
À noite, ainda neste espaço, aos fins de semana, existe música ao vivo.
Para jantar, ainda na Quinta do Anjo, no restaurante Alcanena, pode apreciar um rodízio de pratos tradicionais da zona e de outros tipicamente portugueses!
Para terminar a noite, volte ao Castelo e repouso na sua bela Pousada.
📸 Palmela – A Sentinela do Sado | Foto reportagem.
🗺 Mapa do nosso roteiro:
⇒ No primeiro dia: Começámos por visitar o Castelo de Palmela, percurso por algumas ruas da vila e visita à Casa Mãe da Rota dos Vinhos. Após o almoço, visita ao Espaço Fortuna – Artes e Ofícios.
⇒ No segundo dia: Percurso dos Moinhos de Vento da Serra do Louro e Vale de Barris.
Como ir – Localização GPS.
⇒ Segundo dia:
Prepare-se para uma boa caminhada pela natureza, ao longo da Serra do Louro. Se quiser encurtar um pouco, estacione a sua viatura junto ao largo da estação rodoviária da TST e dê início à caminhada na Rua Helena Cardoso; é fácil de identificar, uma vez que verá logo os primeiros moinhos que farão parte do percurso. Se ainda não tiver tomado o seu pequeno almoço, não deixe de experimentar logo no primeiro moinho, uma das diversas variedades de pão, feitos no local.
Com marcação prévia, pode visitar um dos moinhos vivos de Palmela, ou de um passeio de burro!
Se pretender unicamente desfrutar de uma boa caminhada, percorra o trilho cimeiro da serra e, junto ao último dos moinhos do trilho, desça ao Vale de Barris, onde pode apreciar as diversas vinhas, enquanto caminha ao longo da estrada, já de volta à Vila de Palmela.
Pode consultar o percurso mais pormenorizadamente, aqui: Percurso dos Moinhos de Vento da Serra do Louro
📸 Palmela – A Sentinela do Sado | Foto reportagem.
🚶O nosso trilho:
Obs.: Apesar de ser um trilho relativamente curto e próximo de habitações e pontos de água, ainda assim, aconselhamos a que leve uma mochila com alimentos (eventuais barras energéticas) e 1 a 1,5 lts. de água, calçado de caminhada e roupa confortável adequada à época do ano, bem como telemóvel com localização activada.
Como ir – Localização GPS.
🍴 Onde comer: Restaurante Alcanena.
🛏 Onde ficar:
Em alojamento / Hotel
⇒ Pousada do Castelo de Palmela.
Em autocaravana
⇒ Parque de Campismo – Eco Parque Outão.
📌 Outros pontos de interesse:
⇒ Percurso dos Moinhos de Vento.
📖 Outras crónicas sobre a Arrábida:
⇒ Parque Natural da Serra da Arrábida
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Serra de Montejunto
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