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Percurso dos Moinhos de Vento da Serra do Louro

Percurso dos Moinhos de Vento da Serra do Louro

Parque Natural da Serra da Arrábida – Terceira Etapa.

 

Este foi mais um daqueles dias, em que decidimos desfrutar de uma boa caminhada invernal, pois de facto, os dias mais frios e com algumas neblinas à mistura, podem-se revelar tão ou mais prazerosos, que um qualquer dia de verão.

Em jeito de preparação ou treino de acerto de agulhas para mais uma grande caminhada, que nos espera, ao longo das margens de um rio, lá bem para Sul; fomos à descoberta de uns vigilantes gigantes quase adormecidos, na Serra do Louro, aqui cimeira à nossa Aldeia da Quinta do Anjo.

O início do nosso percurso propriamente dito, teve lugar no términos da Aldeia, passando pelo caminho lateral à Herdade dos seus Condes, que por ali ainda vivem.

Uma vez chegados à cumeada da Serra do Louro, damos por nós com os pés assentes num fantástico trilho de uma costeira granítica e perante uma paisagem que, não poderia ser mais mágica … à nossa esquerda, o cimeiro Castelo de Palmela, envolto numa neblina que parecia ter o propósito único de o enaltecer num flutuante manto branco.

Nas nossas costas, os tons castanhos dourados das vinhas e uma interminável planície que se estende até ao Tejo.

À nossa frente, o majestoso Vale de Barris, que parece deslizar desde o sopé do castelo, até ao início da Serra-Mãe que dá o mote a este Parque Natural da Serra da Arrábida!

E foi precisamente na direcção do Castelo de Palmela, que nós decidimos tomar o nosso rumo; não só ao encontro da sua magia, mas também à descoberta de 10 gigantes de pedra de branco caiados.

Um após o outro, foram surgindo perante nós, os moinhos de vento desta Serra.

De sistema fixo em torre de pedra, com tejadilho móvel e um sistema de tração por meio de um sarilho interior, são engrenagens fantásticas que ainda marcam o seu lugar na história.

Outrora todos activos, entre os anos de 1800 e até à cerca de 30 a 40 anos, estes moinhos marcaram uma época, em que Portugal possuía uma forte componente agrícola e de manufactura de cereais. Alguns deles, foram alvo de um recente processo de recuperação, fazendo agora parte do projecto dos moinhos vivos desta região, ou não estivéssemos nós, por terras que, ainda são de excelência, no que concerne ao pão, ao queijo e ao vinho com tão afamados e primorosos produtos regionais.

Mas este percurso ainda tem muito mais riqueza em termos de história, fauna e paisagem.

Pelo caminho, é possível absorver os aromas e contemplar as cores de plantas como o alecrim, o rosmaninho, a alfazema, os orégãos, o tomilho, os indispensáveis cardos coalhantes para a confecção dos queijos de Azeitão e, como não podia deixar de ser … o louro.

Muito devido à sua natural configuração estratégica e riqueza calcária, arenítica e grés das suas rochas, que há milhares de anos, se instalaram por aqui alguns povos; como é o caso das ruínas de Chibanes, a da Alcaria do Alto da Queimada e as sepulturas Neolíticas, estas, um pouco mais abaixo na Quinta do Anjo.

No caso particular de Chibanes, é seguramente, um dos mais relevantes locais da pré e proto-história desta Península de Setúbal. No local, entre o terceiro e o segundo milénio antes de Cristo, foram construídos uma fortificação e ainda um acampamento militar. Este local, viria a ser abandonado antes do período imperial romano, o qual acabou por levar para a planície de Setúbal, sobre a forma de esclavagismo, toda a força de trabalho da região, tendo os romanos dessa forma, dado inicio à produção económica de preparados piscícolas, com que abasteciam os grandes centros urbanos do seu império.   

 

Este nosso percurso estava quase terminado, mas não sem antes nos deliciarmos com um belo pão em forno a lenha, acabadinho de fazer, ainda bem à moda dos moleiros da Serra do Louro.

Restava-nos sentar a saborear aquele pão quentinho e contemplar do tão composto verde Vale de Barris e sonhar com um Castelo que ainda nos consegue transportar para um tempo de Princesas e Príncipes Mouriscos.

 

E agora, partam à aventura e desliguem-se de tudo, menos dos bons momentos.

 

Localização GPS: Percurso dos Moinhos de Vento

Poderá acompanhar as restantes etapas no Parque Natural da Arrábida, acedendo na ligação em baixo:

 


 

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