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Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema

Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema

A Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema, é um roteiro que idealizámos para 5 dias no sul de Espanha, numa das mais bem preservadas e belas zonas da Andaluzia.

Começámos na Praia de Bolónia e fomos percorrendo toda a costa até Tarifa, bem perto do estreito de Gibraltar. Pelo caminho, algumas das mais belas praias que já visitámos, e sempre com África como pano de fundo. Depois, perdemo-nos para o interior do Parque Natural, onde fomos à descoberta do que o interior da Serra da Grazalema, tinha para nos oferecer. Venham daí connosco.

Saiba Como Ir Onde Comer Onde Ficar O que Visitar e Como Reservar.  

Neste artigo: Um breve RESUMO; a rota com NAVEGAÇÃO POR GPS e a CRÓNICA DE VIAGEM no DIÁRIO DE BORDO.

 

◊ RESUMO.

  • Distância da rota: Aproximadamente 243 Klmts (deverá acrescentar o seu local de partida e regresso).
  • Número de dias: 5
  • Número de etapas e locais visitados: 5
  • Total de despesas: (entre combustível, alimentação, estadias e actividades) – Aproximadamente 380 euros.

 

◊ NAVEGAÇÃO GPS: 

 

◊ CRÓNICA DE VIAGEM:

 

O DIÁRIO DE BORDO ⇓ 

 

Porque os meus roteiros de viajem, serão sempre crónicas das viagens da minha vida …

 

Estamos em pleno Parque Natural de Alcornocales e Grazalema.

Poderia dizer que o meu primeiro contacto com a região da Andaluzia, começou de uma forma curiosa, no sentido em que fui desafiado pela Sofia, pensando eu há 18 anos atrás, que era o maior dos desafiadores pelas aventuras … Como estava enganado!

Tínhamos começado a namorar há poucos dias, quando de repente, numa conversa de café, assim quase do nada, a Sofia dá um trago na imperial, olha-me com aqueles olhos de um irresistível castanho radiante e muito segura de si, lança-me o desafio ” … Vou até Cadiz. Queres vir comigo? … “
Não sei quanto tempo demorei a lhe responder, mas creio que lhe respondi que sim quase de imediato.
Recordo-me de não lhe querer demonstrar a minha perplexidade, nem tão pouco me “desarmar da minha masculinidade”, que na verdade, poderia revelar que logo ali, fiquei absolutamente apaixonado por aquela doce morena de cabelos negros, que com a sua jovialidade de 22 anos, ocultava uma mulher muito segura de si e com um espírito que até então, era para mim desconhecido … o espírito pela aventura.
Sem saber sequer onde era Cadiz, ocorreu-me que talvez me estivesse a desafiar para irmos até Marrocos! E mesmo que o fosse, ou nem que fosse para um qualquer lugar do outro lado do mundo, sem que ela ainda o soubesse, estava-lhe completamente rendido, e iria com ela para onde a sua imaginação nos levasse.

Já por diversas vezes que havia percorrido a região da Andaluzia, mas quando verdadeiramente me apercebi da sua imensidão territorial e a sua riquíssima cultura, foi seguramente, quando em Dezembro de 2015, decidi ir ao encontro dos povoados brancos ou pueblos blancos, como por aqui são conhecidos.

Foi assim como uma espécie de amor … não à primeira vista, mas daquele que começa numa atracção e vai  aumentando, à medida que se vai descobrindo.

Na altura, percorremos a zona um pouco mais a norte desta região, tendo unicamente como linha de orientação, a descoberta pela singular cidade de Ronda, sem nunca imaginarmos que pelo caminho, iríamos descobrir as lindíssimas e algo escondidas aldeias e vilas de AracenaZahara de La Sierra, Setenil de Las Bodegas e Ardales. 

A paixão pela Andaluzia estava criada, tendo ficado a ansiedade de voltar e descobrir ainda mais.

Assim, desta vez, e embora com desejo de voltar a reviver alguns locais, nomeadamente aquela Cidade costeira onde começámos a nossa primeira grande aventura, que ditaria um dos motes da nossa vida e sabendo eu de ante-mão que a Sofia e o Hugo haveriam de querer desfrutar de alguns dias de praia, decidi juntar o útil ao agradável; sim porque a Andaluzia também tem sabor e cores de Mar e Oceano.

Mas desta vez, o meu intuito muito pessoal, confesso que residia no imaginário de explorar e trilhar todo este Parque Natural onde nos encontramos.

Plano traçado em concordância com a família, rumámos então a uma zona costeira de Espanha que ainda estava por explorar. Infelizmente, revisitar, reviver e sobretudo, mostrar ao Hugo algo que tanto marcou o Pai e a Mãe, teria que ficar para uma próxima. A Cidade peninsular de Cadiz, ficou assim para trás, tendo-se então dado inicio a toda a linha costeira mais a Sul … a deslumbrante e ainda quase selvagem Costa Prata; que bem poderia ter um nome classificativo de ouro ou diamante.

 

  • PRIMEIRA ETAPA – PLAYA DE BOLÓNIA.

A praia de Bolonia encontra-se localizada numa fantástica baía com o mesmo nome, que banha o sopé dos maciços rochosos que se adensam e altivam para o interior.

À medida que se desce para esta enseada, é impossível ficar indiferente ao vivíssimo azul turquesa das suas águas. Ao longe e num no recanto, a crescente duna de Bolonia, que sobe a costa de forma imponente. Com seguramente mais de trinta metros de altura, talvez tenha ao longo de milhares de anos e soprada pelos ventos de África, encontrado a sua fixação nas matas de pinhal que lhe servem de fronteira.

Questiono-me perante este cenário, deste idílico local, se não terá sido o que levou a que Fenícios e Romanos, tenham aqui edificado aquela que foi e que ainda se mantém parcial e impecavelmente intacta, Vila Romana de Baelo Cláudia!

Logo ali e tão próximo, do outro lado do mar, a noite de luar que se espelha agora sobre estas águas tão calmas, ainda permite um vislumbre dos majestosos rochedos de Marrocos, que dão início ao continente africano.

Escrevo estas palavras, na vã tentativa de narrar todas as sensações extasiantes desde que aqui chegámos. De todas elas, a mais surreal, talvez seja mesmo o facto de enquanto escrevo aqui sentado, refrescado por esta suave brisa húmida, ter sido literalmente rodeado por uma boa dezena de vacas, alguns burros e cavalos, que decidiram vir pastar estas verdejantes ervas no cimo das dunas … um espectáculo deveras magnífico!

Mas este local tem tanto, mas tanto mais.

Por aqui, ainda não existem hotéis nem tão pouco outras luxuosas edificações.

Por aqui, ainda há somente o luxo da natureza.

A nossa noite já está com reserva marcada sobre esta baía. Amanhã, iremos descer um pouco mais rumo ao nascer do Sol.

 

📸 Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema. | Foto reportagem.

 

  • SEGUNDA ETAPA – PUNTA PALOMA.

Com África como pano de fundo!

Estamos no nosso segundo dia pelo Parque Natural de Alcornocales e Grazalema, e após o deslumbramento com a baía de Bolonia, não foi preciso descer muito mais, rumo ao Sol nascente para que a natureza nos contemplasse com mais um dos seus espectáculos!

Desta feita, para além de mais uma baía que se perde da vista junto ao estreito frontal à amuralhada Vila de Tarifa, surge-nos outra inusitada e gigantesca duna.

Posso dizer que o primeiro dia foi memorável, pois de facto, chegar ao nosso objectivo é sempre reconfortante, ainda para mais, quando se parte à descoberta do desconhecido.

Contudo, ontem ainda havia algum cansaço instalado, porque chegar aqui não é propriamente uma tarefa fácil. Fazer mais de 700 quilómetros num dia de extremo calor e com uma ou outra peripécia pelo caminho …

Mas o esforço foi deveras recompensado, e depois de um dia bem passado e já mais repousados, decidi então continuar com a nossa “aproximação” a África.

Punta Paloma é mais uma praia magnífica; assim uma espécie de Meca do Kytesurf, onde também ainda é possível encontrar ali bem próximo, pequenas enseadas onde não existia mais ninguém e conseguimos ser “piratas do nosso navio”.

Mas como sempre, é preciso algum espírito pela aventura, e ir mais além!

Foi assim que descobrimos uma estrada que literalmente atravessa a gigantesca duna ao meio. Depois, mata dentro e lá nos esperava o nosso navio encalhado!

Os lugares remotos, principalmente no mês de Agosto, são também muito bons para fugir ao rebuliço dos complicados estacionamentos e encontrar aquela sombra bem escondida. E pronto, o lugar estava mesmo mais que perfeito para um almoço tranquilo.

Mas a curiosidade por termos aquele enorme rochedo do outro lado do estreito ali tão perto, falou mais alto. Descemos até Tarifa e é impressionante todas as semelhanças que as vilas por aqui têm com Marrocos, ou não estivéssemos nós, naquele que já foi o enorme território muçulmano de Al-Andaluz, que unia todo este sul até Sagres, ainda antes da existência de Portugal e Espanha.

Impunha-se uma ampla visão de todo aquele estreito que une o Oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo, pelo que havia que subir e muito para contemplar todo o magnifico cenário.

Lá bem do alto, parece quase possível alcançar África com as mãos. Do outro lado e à nossa esquerda, o enclave espanhol de Ceuta; ao longo e para a direita, a costa norte de Marrocos, até à Cidade de Tânger.

A tarde já ia extensa e havia que começar os preparativos pela nova descoberta de um pacato lugar para jantar e passar a noite; se a tudo isso, conseguíssemos adicionar um belo pôr-do-Sol com vista de mar …

Compras feitas, rumámos até à extensa praia de Los Lances.

O cenário não podia ser mais perfeito, e para nos embalar; nada como o som do mar e uma fresca e suave brisa salgada, sob um manto de estrelas.

Amanhã, vamos então aventurar-nos para o interior do Parque Natural, à descoberta das suas serras, vales e aldeias.

 

📸 Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema. | Foto reportagem.

 

  • TERCEIRA ETAPA – À DESCOBERTA DA SERRA.

Não poderia estar mais maravilhado, pois uma vez mais, conduzo por uma daquelas estradas que eu tanto gosto … um pouco em mau estado é certo, mas após algumas sinuosas curvas, heis-nos deparados perante rectas sem fim, que parecem servir o único propósito de atravessar estes vales de planícies que se perdem até onde a vista alcança.

Por esta altura do ano, a planura destas terras, encontra-se maioritariamente coberta por um manto dourado de searas recentemente ceifadas. Aqui e ali, brilham sob o Sol intenso, alguns fardos rodados. De quando em vez, os campos dourados dão lugar a verdejantes plantações já mais próximas dos maciços rochosos, que lhes conferem alguma sombra como numa espécie de abrigo.

A natureza em todo o seu esplendor, parece não ter qualquer duvida na sua organização e este vale não é excepção. Com os seus maciços laterais que lhe parecem servir de muros, os ventos que vêm do estreito que une Oceano e Mar, percorrem estas plantações como se soubessem que têm que dar o seu contributo para arejar e amenizar o intenso calor. Com eles, em forma de uma algo húmida e suave brisa, é-nos possível inalar uma mescla de aromas das palhas secas, da terra estrumada e arada, e as fragrâncias de algumas plantas mais verdejantes.

Sempre que as suaves brisas se interrompem ou à medida que vão diminuindo vale adentro, dou por mim a conduzir a família ao longo das estrofes do poema de Federico García Lorca … Cigarra. Talvez em nenhum outro lugar, tanto quanto aqui, tenha percebido com tal clareza, a que se referia o poeta sobre este incessante cantar das cigarras.

Quase indiferentes ao calor que por aqui se faz sentir, o gado constituído na sua maioria por vacas e bois, passeia nos seus dorsos as garças depenicantes, que lhes parecem fazer um favor.

Estrada fora, cruzamos algumas pontes que atravessam lagos já pouco profundos mas que ainda assim, permitem aos animais se refrescarem nas suas águas.

O Sol vai alto, conferindo um branco luzidio a um longínquo casario, que à medida em que nos aproximamos, nos permite perceber que se trata de mais do que um pequeno conjunto de casas.

Estamos em Alcalá de Los Gazules.

Dizem por aqui as suas gentes, que esta Aldeia é irmã de uma outra em tudo idêntica … só que a outra, fica na ilha de Sicília em Itália.

À semelhança de muitas outras aldeias brancas da Andaluzia, também esta se encontra plantada sobre um morro; aliás, como a maioria das nossas aldeias e vilas brancas do nosso “Além do Tejo”Poderíamos estar tão simplesmente em Palmela ou em Mértola, pois as diferenças mais evidentes, só se fazem sentir ao escutar as suas gentes.

Continuamos estrada fora.

 

📸 Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema. | Foto reportagem.

 

Para além da descoberta destas recônditas aldeias, vínhamos igualmente com um outro objectivo em mente: Trilhar os fantásticos desfiladeiros dos Senderos de La Garganta Verde, onde se encontra a maior concentração de morcegos da Península Ibérica e o aquático do Arroyo de Bocaleones. Infelizmente, a autorização antecipada que enviei a solicitar a realização dos percursos, acabou por não ser com a devida antecedência de mais de 15 dias! Certamente que ficará para uma das nossas próximas aventuras.

Bem … ainda nos resta o sendero do El Caminito Del Rey, e esse sim, vamos realizar.

 

  • QUARTA ETAPA – ESTAMOS PERDIDOS – E isso é tão bom!

Quando conduzo, tenho um reportório de musicas gravadas que gosto de ouvir … tenho algumas em especial, como It’s My Life – Dos Bon Jovi … tantas que quase incontáveis! Mas uma das minhas favoritas, é The Drifter – Freedom of the Road, que fala sobre a sensação de conduzir em plena liberdade … simplesmente livres, à descoberta.

E foi precisamente ao som desta canção, que talvez um pouco absorvido, me perdi na estrada; ou talvez não!
Como habitual, deixo-me contagiar pela descoberta pelo desconhecido … por novas estradas; sempre com a mente no: “onde será que esta estrada irá dar”?

E foi assim que dei por mim a parar de voar e regressar com os meus pensamentos à realidade … com a voz da Sofia: ” … Zé, o GPS, está-nos a mandar para a esquerda! …”

Na realidade, o GPS do carro, mandava-nos virar à esquerda e o do telemóvel, mandava-nos para a direita. O que é que eu fiz? Fui mesmo em frente! A Sofia e o Hugo, já nem ficam admirados … só me dizem: ” … nem sei para que queres os mapas e os GPS’s ligados; acabas sempre por ir por onde te dá na telha. …”

Uma vez mais, segui por aquela estrada; uma daquelas menos rodadas, por onde parece que mais ninguém lá passa, que nem tão pouco, têm como referencia do Google, como um qualquer ponto de interesse a visitar.

Admito que o faço muitas vezes; seguir pela estrada secundária um pouco em mau estado.
Por vezes, sai-me o “tiro pela culatra”, e dou por mim numa estrada que não leva a nenhum lugar em especial, ou que me leva a situações de ter que passar a caravana, quase num buraco de agulha ou com muita dificuldade para outras manobras.

Mas muitas vezes …
Muitas vezes, é assim que temos descoberto os locais mais incríveis; os recantos mais escondidos, quase perdidos no tempo. Lugares e paisagens a perder de vista e de cortar a respiração, onde temos mesmo que parar, nem que seja só por breves instantes … assim, simplesmente a contemplar!

Outras, damos por nós em aldeias e lugares, onde somos rodeados de animais que vivem num estado quase selvagem, ou então por pessoas … daquelas mesmo genuínas, onde com um aperto de mão e um sorriso, fazemos amizades inesquecíveis.
Comemos e dormimos por ali, por vezes até mesmo a convite ou indicação das gentes das aldeias ou caseiros. Outras à beira de um lago, ou no cimo de uma serra ou simplesmente numa planície sem fim.

 

📸 Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema. | Foto reportagem.

 

  • QUINTA ETAPA – GRAZALEMA.

Tenho a Sofia ao meu lado e o Hugo brinca lá atrás. De quando em vez, também ele contempla os cenários que vão passando. Trás-me à memória, tempos que me parecem cada vez mais longínquos, num tempo em que também estrada fora, aspirava a dar a conhecer o mundo, aos meus rapazes!

Se os pudesse reunir a todos de novo … e agora com os meus netos … se pudesse trazer todos comigo … poderia lá desejar melhor viajem!

As planícies começam a ficar para trás e à medida que nos adensamos para o interior deste parque, tem agora lugar o cenário da cordilheira da Serra da Grazalema, e nós … bem, nós estamos a assistir nas poltronas da primeira fila.

Não são as mais altas montanhas a que já subimos, mas isso, não faz destas as menos imponentes. Por entre algumas alfarrobeiras e pinheiros, vêm-se agora imensas cabras e também de forma fugidia, uma ou outra raposa. Nos locais mais altos destes maciços de rochas que contrastam entre cores brancas, cinzentas e castanhos fogosos, vislumbram-se ainda os veados que parecem indiferentes às águias e abutres que sobre eles, rodopiam lá bem no alto.

Tivesse eu a capacidade para comprimir mil palavras numa única expressão e quem sabe, talvez … mas só talvez, conseguisse transmitir todas as sensações proporcionadas por lugares assim!

As surpresas continuam nesta busca pela tão escondida aldeia da Grazalema. Entre as inúmeras aldeias, aqui assemelhadas a varandas brancas sobre vales; cruzamos agora o cristalino rio Majaceiteque atravessa a encantadora aldeia de El Bosqueonde irresistivelmente fizemos uma pausa. Merecidamente, deveríamos ter mais tempo para ali termos ficado. Na realidade, estivemos muito tentados a almoçar naquela bela e sombria esplanada e sei agora que era uma excelente opção, mas uma das expectativas, era o almoço na aldeia do nosso objectivo.

A subida continua por entre curvas numa estrada que até é larga, o que a torna muito agradável de conduzir, sem falar na deslumbrante paisagem.

Como tudo o que sobe, sempre acaba por descer, iniciamos o nosso sentido descendente e … finalmente, lá estava ela … Grazalema de La Sierra; assim, como um manto de neve, que ali encontrou abrigo entre as rochas da serra, virado para um vale sem fim.

Logo à entrada, diz a sua povoação numa placa ali erigida, que aquele é um dos povoados mais belos de Espanha … e nós concordamos plenamente.

Situado em pleno parque natural e a quase mil metro de altitude, este povoado de gentes ligadas à agricultura e pecuária, tem agora a sua maior fonte de rendimento no turismo, sobretudo devido ao facto da sua elevação a local de interesse histórico e patrimonial.

De casas caiadas e ruas estreitas de onde sobressaem as cores das muitas flores que pendem dos vasos, é fácil por ali nos perdermos em encantos. As lojas artesanais com o que de melhor há na Andaluzia, não faltam. Por ali se encontram os queijos de cabra e de ovelha da Grazalema, compotas, chouriços, cerâmicas deveras lindíssimas, inúmeros trabalhos em couro e algo que eu pretendia muito trazer … as tão famosas mantas da Grazalema em pura lã virgem feitas à mão como não podia deixar de ser.

O clima e os aromas, são notoriamente mediterrânicos, contudo e apesar do calor que se faz sentir, esta aldeia bem como todas as outras ao redor, são contempladas com um clima húmido, não só devido à sua altitude, mas também pela presença das montanhas ao redor, que permitem alguma condensação da humidade do mar ali tão próximo, do outro lado da serrania. Não deixa de ser digno de registo, o facto de esta aldeia ser a única desta vasta região, onde quase sempre neva no inverno.

Algo que me deixou igualmente admirado, é o facto de também aqui e apesar da distancia abismal, existirem largadas de touro à corda, à semelhança da nossa ilha Terceira nos Açores.

 

📸 Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema. | Foto reportagem.

 

Com o almoço realizado e depois de nos refrescarmos na fonte da Praça do Concelho, continuámos a nossa descida até uma outra aldeia que já conhecíamos mas que tanto nos encantou … Zahara de La Sierra.

Desta feita, procurámos muito em concreto a sua zona recreativa, onde é possível desfrutar de uma relvada e muito fresca praia fluvial.

A nossa jornada estava terminada neste fantástico Parque Natural de Los Alcornocales y Sierra de La Grazalema. Para a noite, escolhemos como pano de fundo, o enorme lago de El Gastor a coberto desta linda aldeia.

Amanhã, iremos até à zona de Ardales e a mais um belíssimo Parque Natural para percorrermos o já tão famoso Caminito Del Rey.

Mas isso, fica para uma próxima crónica de viajem!  

E agora, partam à aventura  e desliguem-se de tudo … menos dos bons momentos.

 

📸 Rota do Parque Natural de Alcornocales e Grazalema. | Foto reportagem.

 

Escolhemos a melhor relação qualidade – preço, baseado na nossa experiência e/ou pesquisa. Ao reservar através das nossas ligações, não paga mais por isso e nós obtemos um contributo dos parceiros afiliados, conseguindo assim dar continuidade à existência deste Blogue.

 

DICAS DE AVENTUREIRO.

 

Quando planeie esta rota, tentei conciliar praia, campo e o contacto com a cultura e história de algumas vilas e aldeias deste parque natural. Resultou na perfeição! Percorrer esta linha de costa quase selvagem do Parque Natural, e depois ir à descoberta para o interior da Serra da Grazalema, é de facto uma experiência que garante o descanso e nos permite, afastar das zonas do turismo de massas. 

Este circuito, pode ser feito num mínimo de 5 dias, mas o ideal, será ir com mais tempo e desfrutar em pleno e com clama!

 

EM BOLÓNIA e PUNTA PALOMA .

Em Bolónia, além da magnifica praia, encontra uma das maiores e mais elevadas dunas da Europa, que lhe proporciona uma vista deslumbrante, sobretudo ao pôr-do-Sol. Não deixe de visitar as ruínas romanas. Aconselho a reservar, no mínimo um dia completo, e depois, no dia seguinte, descer até um pouco mais abaixo, a Punta Paloma, onde terá oportunidade de percorrer de carro, pelo interior de outra enorme duna; um espectáculo surreal! Voltando para trás, uma vez que a estrada não tem saída, desça até à baía, onde se inicia a praia de Los Lances Norte; uma verdadeira Meca para os praticantes de Kitesurf. Reserve mais um dia para ficar por lá; continue a percorrer a costa, até ao estreito com África e visite a zona antiga de Tarifa. Um local que lhe permite viajar até ao passado muçulmano.  

∇ Onde comer:

RESTAURANTE BAR CORREA

∇ Onde ficar:

Em Hotel ou Alojamento local:

HOSTAL BELLA VISTA

Em Autocaravana:

ÁREA DE SERVIÇO / PERNOITA DE BOLONIA

ÁREA DE ESTACIONAMENTO – (Excelente)

CAMPING JARDIN DE LAS DUNAS DE PUNTA PALOMA

 

SERRA DE GRAZALEMA.

Percorrer o parque natural a Serra de Grazalema, é estar em pleno contacto com a natureza e em simultâneo, poder descobrir pequenas aldeias e vilas muito isoladas, que lhe vão surgindo estrada fora. Para isso, sugiro que se afaste das estradas principais e se perca pelos caminhos menos percorridos! Irá encontrar a belíssima vila branca de Alcalá de Los Gazulles, a verde vila de El Bosque e a altaneira vila de Grazalema; a única do parque, onde geralmente neva em quase todos os invernos. Uma vez na Grazalema, visite o seu excelente comércio tradicional, onde entre muitas outras coisas, pode comprar uma das famosas mantas. Já que está bem elevado, inspire-se e suba até ao Pico Del Pinar, a 1654 mts de altitude!     

∇ Onde comer:

RESTAURANTE EL BOSQUE

RESTAURANTE VENTA MATEO

∇ Onde ficar:

Em Hotel ou Alojamento local:

⇒ HOTEL FUERTE GRAZALEMA

Em Autocaravana:

ÁREA SERVIÇO AUTOCARAVANAS DE UBRIQUE

⇒ ÁREA DE PERNOITA PARA AUTOCARAVANAS – (sem assistência)

 

EM ZAHARA DE LA SIERRA.

Depois de sair de Grazalema, não é preciso percorrer muito para chegar a Zahara de La Sierra! Um vila plantada no sopé de uma serra de onde pode apreciar o seu enorme lago fronteiro. Repouse numa das esplanadas da Praça Central e não deixe de visitar o castelo. Seguramente, Zahara de La Sierra, é das vilas mais tranquilas que já visitei! 

∇ Onde comer:

⇒ RESTAURANTE AL LAGO

∇ Onde ficar:

Em Hotel ou Alojamento local:

⇒ HOTEL AL LAGO

Em Autocaravana:

⇒ ÁREA DE ESTACIONAMENTO SIMPLES COM VISTA PARA O LAGO

 

O QUE VISITAR E O QUE FAZER NA ROTA DO PARQUE NATURAL .

⇒ GUIA DO SERRA DA GRAZALEMA

 

OUTROS LOCAIS PARA PERNOITAR, ESTADIA ou LAZER.

Um dos mais completos localizadores:

⇒ park4night

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