Sarilhos Pequenos – Aqui, ainda se Constroem Barcos do Tejo – Por Praias e Recantos de um Rio de Encanto.
Depois da Aldeia de Gaio Rosário, parto agora em busca, daquele que poderá ser o único dos antigos grandes estaleiros do Tejo.
Dirijo-me para mais uma pequena localidade ribeirinha da Moita, desta vez, a Aldeia de Sarilhos Pequenos.
Ao longo da estrada, esqueço-me por momentos da proximidade de Lisboa, pois dou por mim a percorrer uma região, onde as actividades do rio se misturam harmoniosamente, com o cultivo das terras e a criação de animais que quase livremente, pastam nos campos.
Entro por um largo onde as cores garridas das casas, parecem concorrer com o as flores multicolores suspensas, que dão sombra a quem por ali repousa. Se o mar fosse aqui vizinho, poderia estar na Costa Vicentina! Esta pequena praça, transporta-me para a primeira vez que cheguei a Odeceixe, há uns 20 anos atrás, num tempo em que era quase desconhecida e que a calma por lá reinava; assim como neste pequeno recanto, nesta Aldeia perdida nos tempos.
Sarilhos Pequenos, mantém ainda uma traça original, ligada à sua actividade pesqueira; aspectos que se fazem notar, precisamente na forma como as suas casas são pintadas, pois muitos destes tons vivos, foram obtidos das sobras das tintas dos barcos. Outro aspecto peculiar, é o recurso às redes da pesca, para servirem de redes mosquiteiras nas portas e janelas.
Na minha busca pelo estaleiro, dou por mim a fazer mais uma tentativa com o GPS; porém, e quem já me acompanha nas minhas crónicas estrada fora, sabe que raramente sou bem-sucedido! Esta vez … não foi excepção, e acabo por me deparar mesmo em frente a ele; só que, do outro lado da baía!
Restava-me recorrer a uma das ferramentas que mais gosto nas minhas viagens … meter conversa.
E assim foi; paro no pequeno mercado, quase vazio, e acabo por conhecer o senhor Eduardo que se preparava para levantar a banca e arrumar os seus produtos. Fala-me de tempos de menor procura, recordando um passado, em que o mercado tinha mais movimento e até uma camara frigorífica, que evitava agora ter que se deslocar para longe, para resguardar os seus produtos.
Ando mais um pouco e, chama-me a atenção, uma pequena réplica de uma antiga embarcação do Tejo, orgulhosamente exposta na montra da mercearia. Peço para tirar uma foto e sou convidado a entrar. A Senhora, explica-me que aquela pequena embarcação, havia sido construída pelo seu Pai; agora já reformado.
Como é a falar que a gente se entende, por coincidência, o seu Pai era um dos artesãos que trabalhara em tempos, para o Mestre Jaime, nas pinturas dos motivos decorativos dos barcos do rio!
Agora, já sabia para onde tinha que me dirigir, ao encontro dos barcos do Tejo e do seu mestre artesão.
Esta, é a quinta crónica sobre o Tejo. Próxima paragem: Estaleiro do Mestre Jaime – Alma e Paixão pelo Tejo.
Conhecer, amar e enaltecer Portugal.
Próxima crónica ⇒ MESTRE JAIME
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