Zahara de Los Atunes – A vila que brilha!
É entre águas de tons azuis inebriantes e extensões de areia que se perdem até onde a vista alcança, que encontramos a pequena e muito branca localidade piscatória de Zahara de los Atunes, na Costa da Luz, em Espanha.
E não poderiam estar mais certos os árabes quando chamaram a esta vila de Zahara – “aquela que brilha” … e dos atuns, pelos milhares de anos de tradição ligada à sua pesca e que deu fama e prosperidade a esta região.
Zahara de los Atunes é uma pequena vila da província de Cádiz, Andaluzia, situada a meio caminho entre Tarifa e Barbate.
Com fortes tradições ligadas maioritariamente à pesca do atum, é um daqueles destinos idílicos para famílias, que tentam conciliar o sossego com praias inseridas em cenários de puro encanto e bem protegidos.
Aqui encontramos uma imagem de natureza intocada … verdadeiramente natural, pois a construção é controlada e não existem por aqui grandes empreendimentos turísticos, e não nos referimos à qualidade na oferta, mas sim às volumosas construções de betão.
Zahara mantém-se como um destino verdadeiramente puro; simples na essência das suas raízes e tradições.
Avistar ao longe Zahara, é como avistar um pequeno Óasis branco, entre o mar e as serras. Para lá chegar e entrar, as únicas formas são de barco, a pé pela praia ou, para quem quiser muito provavelmente chegar de carro, é atravessar a pequena ponte sobre a ribeira de Cachon, que liga à enorme ponta de areia, onde assenta esta localidade.
Após atravessar a ponte, o melhor mesmo é estacionar logo por ali junto à marginal e perder-se pelas suas ruas, que inevitavelmente o irão conduzir à praia.
Zahara não é uma vila monumental … aliás, os únicos monumentos que existem, são a Paróquia de Nossa Senhora Del Carmen e o Castillo de las Almadrabas, este, um antigo castelo do qual pouco já mais resta que as sua muralha, e que serviu durante décadas recentes, para arranjar e conservar o tão famoso atum.
Ainda assim, ficamos com a sensação que o melhor dos monumentos que por aqui poderemos encontrar, é o próprio casario branco que constitui esta vila.
Apesar de continuar a manter uma forte tradição das pescas, devido à crescente procura, a localidade tem actualmente uma grande oferta turística, de onde destacamos os muitos restaurantes e esplanadas, bem como inúmeras lojas de artesanato, onde o motivo é sempre o atum que deu o nome à vila.
Pode-se dizer que no seu conjunto, as praias de Zahara dividem-se em quatro.
A própria praia de Zahara, a do Cabo da Prata, a praia de Atlanterra e a dos Alemães. Para chegar às praias não é preciso perguntar a direção … é só caminhar uns cerca de 400 metros atravessando a localidade!
O inconfundível azul-turquesa destas praias, convida-nos a passear ao longo da sua grande extensão de areias finas e inevitavelmente a desfrutar das suas águas, que embora sendo do Atlântico, são de uma temperatura muito agradável.
Apesar da sua natureza quase selvagem e intocada, as praias de Zahara são vigiadas na época de verão e apresentam todos os serviços básicos: espreguiçadeiras, duches, acesso a cadeira de rodas e uns excelentes e muito convidativos bares e restaurantes, onde nos podemos deliciar com pratos do melhor atum que se pode experimentar … o vermelho.
Zahara mantém-se ligada à pesca do atum vermelho que é o grande protagonista desta localidade e de toda a região, sendo o prato mais famoso e procurado.
Contudo, o seu antigo centro de recolha e tratamento, o Castillho de las Almadrabas, há muito que foi desativado, sendo agora efetuadas em modernos portos e fábricas da vila de Barbate, a poucos quilómetros de distância.
A época destes atuns é entre o principio do mês de abril e o final de junho, quando os imensos cardumes começam as suas migrações desde o Atlântico norte, em direção às aguas quentes do Mediterrâneo. Estes atuns são pescados usando uma técnica de pesca milenar, conhecida como Almadraba, introduzida pelos árabes e que se foi desenvolvendo, embora com poucas alterações. Consiste num labirinto de redes que forçam e encaminham o atum a dirigir-se para um cerco, onde são capturados.
Mas sobre a técnica da Almadraba e toda a tradição dedicada à pesca do Atum Vermelho, iremos falar no nosso artigo sobre a localidade de Barbate, considerada a capital desta espécie de atum.
Inseridas em pleno Parque de Alcornocales e Sierra de Grazalema, encontramos duas das maiores dunas da Europa; a mais alta que é a deslumbrante Duna de Bolónia e a mais extensa, a Duna de Punta Paloma, qualquer uma delas com vistas avassaladoras sobre as serranias ao redor, bem como sobre as suas praias e sempre com a costa africana como pano de fundo.
Apesar da enorme extensão do parque natural onde se encontram, não é preciso distanciarmo-nos muito da zona costeira para podermos desfrutar de uma boa caminhada no interior dos densos pinhais que por ali prosperam e se confundem com as areias das dunas.
Outra visita imperdível, é à vila de Tarifa, que faz de fronteira entre o Atlântico e o Mediterrâneo; ou então, em sentido inverso, a vila de Barbate.
Ao passearmo-nos pela praia de Bolónia, é impossível não repararmos nas Ruinas Romanas de Baelo Cláudia. Esta antiga cidade romana é actualmente uma das cidades costeiras mais bem preservadas do mundo!
A visita às ruinas é paga e tem que ser feita mediante marcação no local, através do seu centro de interpretação.
📌 Sugestões de alojamento e restauração.
🍴 Onde comer:
🛏 Onde ficar:
Em Hotel ou alojamento local
Em autocaravana